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Palmeiras pega Cuiabá com 3º em comando; clube coleciona interinos exóticos

Vitor Castanheira, auxiliar técnico do Palmeiras, comanda o treino nesta segunda-feira - Cesar Greco
Vitor Castanheira, auxiliar técnico do Palmeiras, comanda o treino nesta segunda-feira Imagem: Cesar Greco

Diego Iwata Lima

De São Paulo

21/08/2021 04h00

No último sábado (14), contra o Atlético-MG, Abel Ferreira foi expulso depois de Patrick de Paula receber cartão vermelho. O técnico reclamou que seu camisa 5 só tinha escorregado ao acertar o volante Jair. O árbitro não entendeu, mas mesmo assim, o português também recebeu o vermelho. Na saída para o intervalo, foi a vez do auxiliar João Martins, segundo em comando, soltar os cachorros e também ser expulso e, portanto, suspenso. E assim, quem comandará o Verdão contra o Cuiabá, neste domingo (22), será o terceiro na hierarquia, Vitor Castanheira.

Esse será o segundo jogo de Castanheira como comandante do Alviverde. O primeiro, foi decisivo: com Abel suspenso por expulsão no jogo de ida, e João Martins com covid-19, ele dirigiu o Palmeiras no empate em 2 a 2 com o Ceará, em Fortaleza, que deu ao Palmeiras vaga na semifinal da Copa do Brasil de 2020. Naquele jogo, o Palmeiras, sem contar os dois técnicos, teve 17 desfalques.

As suspensões de Abel, além de um curto período de férias e um afastamento por covid, já fizeram de João Martins um interino longevo no Palmeiras. Com nove jogos e zero derrota, ele já tem mais partidas como comandante, por exemplo, que o festejado Jorginho, que dirigiu o Alviverde entre a saída de Vanderlei Luxemburgo e a chegada de Muricy Ramalho, no malfadado Brasileirão de 2009. Jorginho ficou sete jogos no comando do time —cinco vitórias, um empate e uma derrota. Mesmo número de Andrey Lopes, o Cebola —seis vitórias e uma derrota—, que dirigiu o Verdão antes da chegada de Abel.

Murtosa é o rei dos substitutos

Murtosa - Ernesto Rodrigues/Folhapress - Ernesto Rodrigues/Folhapress
Murtosa foi técnico do Palmeiras em 2002
Imagem: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Os números de João Martins são expressivos. Mas Abel vai ter que levar muitos vermelhos e amarelos para que seus auxiliares cheguem perto das marcas de Flávio Teixeira, o Murtosa. O eterno escudeiro de Luiz Felipe Scolari, hoje afastado do futebol, tem 25 jogos como comandante do Palmeiras, sendo quatro como técnico principal contratado e cinco como interino.

Em 2000, quando Felipão deixou o Palmeiras rumo ao Cruzeiro, Murtosa permaneceu no clube durante os cinco jogos da Copa dos Campeões, que o Palmeiras acabaria conquistando sobre o Sport com um time cheio de recém-chegados, como Lopes, Alberto e Paulo Turra.

Em 2002, vendo o time debicar rumo ao rebaixamento, a diretoria trouxe Murtosa para ser o técnico efetivo do time. A experiência durou apenas quatro jogos e não terminou nada bem. Murtosa pediu o boné após o Verdão ser goleado por 5 a 1 pelo Paraná em Curitiba.

Veja outros substitutos inusitados e suas histórias:

Narciso e a roubada contra o Corinthians

O ex-zagueiro e volante do Santos e da seleção brasileira era o comandante do sub-20 em 2012, quando Felipão foi demitido, em 13 de setembro. Ainda em busca de um substituto, que viria a ser Gilson Kleina, o Palmeiras apontou Narciso como interino para um compromisso nada simples, três dias depois: enfrentar o Corinthians campeão da Libertadores no Pacaembu. O jogo terminou 2 a 0 para os alvinegros, com gols de Paulinho e Romarinho.

Wilson "Macarrão" Coimbra e a goleada sobre o Santos

Por acaso, Wilson esteve em campo em um dos jogos mais importantes da história do Palmeiras. Após expulsão do então goleiro Ronaldo, hoje comentarista na Band, Wilson, eterno reserva da meta corintiana, entrou em campo para sofrer três dos quatro gols que o Palmeiras fez na final do Paulista de 1993, que tirou o time de uma fila de 16 anos sem títulos. Em 2004, após o Palmeiras ser eliminado pelo Santo André na Copa do Brasil, ele que era auxiliar no Alviverde comandou o time em dois jogos, entre a saída de Jair Picerni e a chegada de Estevam Soares: 4 a 0 no Santos de Luxemburgo, Robinho e Diego. Em fevereiro do ano seguinte, ele dirigiu o time em um 2 a 1 sobre o Mogi-Mirim, no Parque Antárctica, pelo Paulista.

Nei Pandolfo e o jogo do Nextel

Em um dos momentos mais folclóricos de sua carreira, Vanderlei Luxemburgo achou que não havia qualquer problema no fato de ele não viajar com o Palmeiras para Buenos Aires e comentar o jogo de sua própria equipe na transmissão da TV Globo. O jogo, pela Copa Sul-Americana de 2008, era contra o Argentinos Juniors. A competição estava longe de ser prioritária para o clube alviverde, que lutava pelo título brasileiro, e por isso, Luxa mandou seu auxiliar Nei Pandolfo com um rádio Nextel para o Estádio Diego Armando Maradona. O Palmeiras perdeu por 2 a 0 no único jogo do interino como técnico da equipe.