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Início de Copa América da Venezuela tem testes diários de covid e incerteza

Jogadores da Venezuela tiveram começo complicado a Copa América, dentro e fora de campo - Adalberto Marques/DiaEsportivo/Estadão Conteúdo
Jogadores da Venezuela tiveram começo complicado a Copa América, dentro e fora de campo Imagem: Adalberto Marques/DiaEsportivo/Estadão Conteúdo

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

14/06/2021 04h00

O surto de covid-19 modificou os planos da Venezuela na Copa América. A derrota para o Brasil por 3 a 0, ontem (13), foi apenas um detalhe na trajetória que começou ainda antes do embarque para o Brasil. Foram testes diários, impossibilidade de treinar e incerteza sobre o futuro.

A delegação venezuelana cumpriu protocolo de testes para covid-19 antes da viagem. Os resultados apontaram dois jogadores positivos, Wilker Ángel e Rolf Fletscher sequer integraram o grupo.

A chegada do grupo venezuelano ocorreu no dia 11, sexta-feira, data em que ocorreu o primeiro treinamento — e único — no CT do Brasiliense.

Isso porque a nova bateria de testes para covid-19, realizada no Brasil na noite do dia 11, apontou uma série de casos positivos. Inicialmente eram sete jogadores e três membros da comissão técnica.

Mas para ter certeza de que nenhum resultado era "falso positivo" ou "falso negativo" uma nova testagem ocorreu no dia 12. Em dois grupos: primeiro os membros da delegação que tinham testado positivo, e depois os que não apontaram infecção.

Neste segundo teste no Brasil, ao invés de diminuir, o grupo aumentou. No início da noite a Federação Venezuelana de Futebol e a Conmebol confirmaram que o número total de casos no grupo que estava no país era 11 (oito atletas e três membros da comissão técnica), elevando para 13 o total, considerando os dois que testaram positivo antes do embarque.

Por isso, a Venezuela chamou às pressas 15 atletas para conseguir seguir na disputa. O elenco emergencial chegou ao Brasil na noite do dia 12, véspera da abertura da Copa América. Neste dia, pelo isolamento necessário e aguardando o resultado de testes, a Venezuela sequer conseguiu treinar.

"Ficamos o dia todo isolados esperando os resultados dos exames", disse o técnico José Peseiro.

O planejamento da seleção foi duramente afetado. Na véspera, a primeira ideia era realizar o reconhecimento do gramado do estádio Mané Garrincha no fim da tarde. Com os casos de covid e a nota bateria de testes, o plano mudou para utilizar o CT do Brasiliense para uma atividade leve. Mas, temendo novos casos, e ainda com grupo todo incompleto, qualquer atividade foi cancelada e apenas o treinador e o capitão do time se dirigiram ao estádio para conceder entrevista coletiva protocolar da Conmebol.

Na manhã de ontem, todos passaram por mais uma testagem, tanto os que chegaram quanto os que já estavam com a delegação. Ou seja, desde que pisaram no Brasil, os venezuelanos passaram por testes de covid-19 todos os dias.

Os jogadores infectados permaneceram em isolamento durante todo período em Brasília. Do que chegaram um dia antes do jogo, La Mantía foi titular. Em campo, a Venezuela levou 3 a 0 e o técnico José Peseiro falou que "muitos pensavam que seria pior" dadas as condições da equipe.

"Todos sabem a condição deste jogo. Não é só não ter os jogadores de referência do time, ou lesionados. É não ter tempo para fazer uma preparação adequada. Eu tenho orgulho dos meus jogadores. A diferença (técnica para o Brasil) é grande. Mas os meninos que estão aqui mostraram que querem permanecer e que podem", declarou o treinador.

O futuro é repleto de incertezas. A Federação Venezuelana de Futebol não oficializou os nomes dos atletas que testaram positivo ou o que será feito daqui para frente. O próximo jogo será contra a Colômbia, quinta-feira, em Goiânia. Entre as metas dos venezuelanos, certamente está a possibilidade de treinar e ter uma sequência um pouco mais tranquila do que aconteceu até agora.