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'Sempre mais difícil', diz meia do Palmeiras sobre ser mulher no futebol

Katrine é o reforço do Palmeiras para a temporada 2021 -  Lucas Zenatti/Palmeiras
Katrine é o reforço do Palmeiras para a temporada 2021 Imagem: Lucas Zenatti/Palmeiras

em colaboração para o UOL, em São Paulo

08/03/2021 14h45

Equidade de gênero. Essa tem sido a luta de muitas mulheres no futebol. E não é diferente para a meio-campista Katrine, reforço do Palmeiras para a temporada 2021. No Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje (08), ela falou sobre os desafios e desigualdades na carreira.

"Infelizmente, para mulher, qualquer profissão que ela for exercer é sempre mais difícil. Sempre tem alguém que não gosta, que é machista, que não aceita que a mulher seja melhor ou faça algo melhor. Acho que isso era pior no passado, mas ainda tem pessoas com esse tipo de pensamento. E no futebol, principalmente".

"A desigualdade entre o feminino e o masculino é muito grande. Em termos de mídia, de salário, de valorização. Temos evoluído, o futebol feminino tem sido mais valorizado, mais visto, mas ainda é pouco. Sempre lutamos para que as próximas gerações tenham o melhor. Como a Marta, Formiga e outras jogadoras fizeram no passado. A nossa geração tem que seguir com esse trabalho, luta todo dia, contra o preconceito, machismo, para buscar nosso lugar, mostrar que a gente pode e que tem mulher que joga melhor que muito homem por aí", completou.

Um levantamento realizado pelo blog Dibradoras escancarou o descaso das entidades com a modalidade e agravado por causa da pandemia. Apenas 11 dos 26 estados realizaram o campeonato estadual para as mulheres, apesar da determinação emitida pela CBF. Ainda assim, Katrine enxerga evolução para a formação de novas atletas no futebol feminino.

"Acho que evoluímos muito. Hoje em dia os clubes têm equipes de base, o que é muito difícil no futebol feminino. Geralmente já começamos como profissional. É algo que toda menina vê e se inspira em grandes jogadoras como Cristiane, Marta e, às vezes, não tinha como começar. Ter essa base já é um passo muito grande para quem quer começar e pro Brasil produzir craques no futuro para o nosso futebol".

"Ainda tem muita coisa para melhorar, como salário, investimentos e estrutura, mas acredito que o futebol feminino está começando a caminhar bem. Já começou a ter campeonatos de base, que traz muita visibilidade e dá oportunidade para meninas que em outras épocas acabariam desistindo. Torço para que todos os clubes tenham condições de ter elencos sub-15, sub-18 e que o futebol feminino siga evoluindo", encerrou.

Natural de Fortaleza, no Ceará, Katrine iniciou a carreira atuando no futebol de areia. Depois, seguiu para o campo e foi revelada pela Associação Menina Olímpica (CE) em 2013. Aos 22 anos, ela já teve passagens por Minas Brasília (2020), Grêmio (2019), Internacional (2018), Osasco Audax (2018), Corinthians (2016/2017), Brasil Unifor Futsal (2014/2015) e Menina Olímpica (2013/2014).