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Líder no PSG, Marquinhos revive duelo com Barça após crise pessoal de 2017

Jean Catuffe/Getty Images
Imagem: Jean Catuffe/Getty Images

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Paris (FRA)

16/02/2021 04h00

Capitão do Paris Saint-Germain, Marquinhos é atualmente um dos maiores ídolos da torcida parisiense. Para atingir este patamar, o brasileiro precisou superar crise com ameaças e tentativa de agressão em 2017, após derrota por 6 a 1 para o Barcelona na Liga dos Campeões. Quatro anos depois, e sem Neymar em campo para ajudar o PSG, o defensor assume a condição de líder do time no confronto de ida pelas oitavas de final da Champions. O duelo de hoje (16), no Camp Nou, começa às 17h (de Brasília).

A goleada do Barcelona fez Marquinhos repensar o futuro no PSG. No retorno a Paris, ele e a esposa, Carol Cabrino, tiveram dificuldades para deixar o aeroporto de carro, que era atingido por pontapés de membros da organizada Ultras.

Na época, o zagueiro brasileiro rompeu relações com a principal torcida organizada do PSG e ameaçou deixar o clube. Marquinhos teve receio de ser perseguido pela organizada e o próprio Barcelona era visto como destino provável. No Parque dos Príncipes, vaias e faixas em repúdio ao time eram recorrentes. Hoje, com a crise ocasionada pela goleada já esquecida, as manifestações ao brasileiro são todas de carinho.

Dialogar com jogadores do PSG é comum para os Ultras. O grupo costuma marcar encontros com representantes do elenco após treinos em momentos chave da temporada. Em março de 2019, por exemplo, Marquinhos teve que acalmar os torcedores depois da eliminação para o Manchester United, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões.

Em uma época pré-pandemia da covid-19 em que o público estava presente nos estádios, Marquinhos costumava, ao fim de cada jogo no Parque dos Príncipes, caminhar até o setor em que os Ultras estão localizados para jogar a camiseta aos torcedores. "O Marquinhos lembra o Raí pela forma como atua próximo a nós. O tratamos com respeito e com a certeza de que esse é um jogador símbolo do PSG", explicou o presidente da torcida, Romain Mabille.

Marquinhos virou "o cara" do PSG

Os números na temporada mostram que o PSG é mais forte quando Marquinhos está em campo. São 19 vitórias, dois empates e uma derrota no histórico do capitão em 22 jogos. Sem ele, o time tem desempenho ruim, com três vitórias, um empate e seis derrotas.

Para chegar ao confronto contra o Barcelona, Marquinhos foi poupado na semana passada pelo treinador Mauricio Pochettino na vitória contra o Caen por 1 a 0, pela Copa da França. O duelo foi justamente o que ocasionou a lesão de Neymar, gerando, assim, discussão sobre qual o motivo de o camisa 10 não ter ficado no banco de reservas ao lado de Marquinhos e Mbappé.

Sob o comando do ex-treinador Tuchel, o zagueiro brasileiro viveu a experiência de ser fixado como volante do time, mesmo em jogos importantes de Liga dos Campeões. Com um trabalho inicial sem improvisações por parte de Pochettino, Marquinhos volta a ser zagueiro titular ao lado de Kimpembe.

"Não quero ser refém das minhas palavras. O Marquinhos é um grande jogador, como disse publicamente o treinador anterior. Grandes jogadores podem jogar em várias posições, e isso é claro. Para mim, neste momento, ele é um zagueiro central", destacou Pochettino.

O capitão do PSG está em sua oitava temporada no clube. A chegada em 2013 foi com apenas 19 anos e a rápida adaptação ao clube impressionou dirigentes. Atualmente, ele é visto pela diretoria como o estrangeiro do elenco com melhor nível de fluência no idioma francês.

A permanência em Paris ao renovar o contrato até 2024 é vista pela família do jogador como uma decisão em conjunto. Além da esposa, o zagueiro tem dois filhos e o irmão e empresário, Luan Aoás Corrêa, vivendo na capital francesa. Os pais e outros parentes próximos costumam visitá-los frequentemente.