Botafogo de Barroca apresenta novas armas, mas velhos problemas persistem
A derrota de virada para o Internacional deixou um gosto amargo na boca do Botafogo, mas o técnico Eduardo Barroca, que fez sua reestreia pelo clube no revés por 2 a 1 em Porto Alegre, já deixou algumas impressões digitais do que será sua equipe na briga contra o rebaixamento.
Para dificultar a vida do adversário, o treinador implantou aquela que é uma característica dos seus trabalhos: o gosto pela bola. Com mais posse do que o habitual, o Bota impediu a pressão costumeira de seus adversários e Cavalieri não foi bombardeado como costumava ser.
Sem Benevenuto e Rafael Forster, suspensos, o comandante não hesitou ao colocar Helerson. É bem verdade que não havia muitas alternativas para escolher quem formaria a dupla de zaga com Kanu, mas o voto de confiança no jovem, que sequer havia jogado em 2020, indica que Barroca irá usar os meninos da casa sem medo. Ex-treinador das divisões de base do clube, ele tem esse aproveitamento como meta e missão.
Apesar de ter sido um time melhor disposto em campo e que brigou mais, o Bota voltou a exibir problemas que atormentam o seu torcedor na temporada. Com dificuldades para criar, o time foi pouco incisivo e chegou ao seu gol graças a uma roubada de bola de Zé Welison.
Com a marcação ainda frouxa, o Alvinegro ofereceu pelos lados espaços que resultaram nos momentos de maior perigo do ataque do Colorado. Sem muita velocidade pelas beiradas, o time deixou Pedro Raul um pouco órfão e apostou nos contra-ataques para surpreender. Na vez em que recebeu em condições, o camisa 9 subiu com estilo para abrir o placar. Para piorar a carência nas laterais, Kevin, eleito o substituto de Marcinho, cometeu um erro que custou caríssimo.
A perda dos três pontos rendeu críticas pesadas de Túlio Lustosa, gerente de futebol, ao árbitro Caio Max Augusto Vieira, mas o profissional ressaltou a entrega do elenco diante do Inter. Túlio falou que há um pacto entre os jogadores e disse crer em nova postura daqui em diante:
"A partir da chegada do Barroca, sabíamos que teríamos três adversários dificílimos pela frente. Os atletas tiveram uma atitude positiva, mas perdemos contra o Flamengo. Contra o São Paulo, não foi só ter perdido, foi a postura da equipe. Demos ênfase a isso essa semana. Saiu um pacto, um compromisso dos atletas de mudar a postura. Eles cumpriram o pacto contra o Internacional, o time jogou melhor que o adversário. Os atletas estão com compromisso de tirar o Bota dessa situação. Houve um comprometimento muito diferente dos outros jogos, eles mostram que vão mudar a situação", afirmou.
Com uma semana livre para trabalhar, Barroca terá tempo para corrigir defeitos e fazer ajustes até o jogo de sábado (19), 21h, contra o Coritiba, seu ex-clube. O duelo no Couto Pereira será chave para uma reação contra o fantasma da Série B do Brasileiro.
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