Diretor do Flamengo estava no "Guardiões do Crivella", mas nega relação
O número de Aleksander Santos, diretor de relações institucionais do Flamengo, era um dos presentes no denominado "Guardiões do Crivella", grupo criado em um aplicativo de mensagens e utilizado por servidores públicos para monitorar e impedir reportagens sobre a crise da saúde em frente a hospitais municipais do Rio.
O dirigente rubro-negro diz que foi incluído sem permissão e que não sabia do que se tratava. A informação foi publicada, primeiramente, pelo site do "Globo Esporte" e confirmada pelo UOL Esporte.
"Estou em milhares de grupos, as pessoas vão adicionando sem a autorização. E eu coloco em modo silencioso, como foi nesse caso. Não há uma postagem minha [no grupo]. É triste que as pessoas te incluam dessa forma. Hoje mesmo, me incluíram em dois grupos de pré-candidatos [à prefeitura do Rio] e eu saí. Até então [matéria da Rede Globo], eu não lia o grupo, não sabia o que era dito", disse, ao UOL Esporte.
Responsável pela relação do Flamengo com os poderes vigentes, Aleksander afirmou que não tem função política e mantém conversas com os governantes, independentemente de ideologia.
"O Flamengo é apartidário, e meu papel é o relacionamento com o governo, seja ele qual for. Se for Crivella, Paes, Martha Rocha, a juiz Glória Heloiza, o próprio Bandeira [ex-presidente do Flamengo]... Meu papel é fazer esse relacionamento", declarou.
Citados por Aleksander, Eduardo Paes é pré-candidato à prefeitura do Rio pelo DEM, enquanto Glória Heloiza pelo PSC. Martha Rocha (PDT) e Eduardo Bandeira de Mello (Rede), a quem o grupo do dirigente fez oposição no Rubro-Negro, formam outra chapa concorrente.
O caso do "Guardiões do Crivella" foi denunciado pela Rede Globo na última segunda-feira. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga a participação do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) por suposta participação no esquema ilegal.
Também por causa deste evento, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro vai votar amanhã (3) a abertura de um processo de impeachment contra Crivella. O presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe (DEM-RJ), decidiu levar o pedido ao plenário, após pareceres favoráveis da Procuradoria e da Secretaria Geral da Mesa Diretora. O Legislativo carioca recebeu dois pedidos de cassação de Crivella por conta da prática: um assinado pela deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ), pré-candidata à Prefeitura do Rio, e outro de autoria do vereador Átila A. Nunes (DEM-RJ).
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