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De 4ª opção a titular do Fla, Gabriel tem pai ex-goleiro como inspiração

Goleiro Gabriel Batista em ação no treino do Flamengo - Alexandre Vidal/Flamengo
Goleiro Gabriel Batista em ação no treino do Flamengo Imagem: Alexandre Vidal/Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/09/2020 04h00

A paciência é uma característica cultivada há anos pelo goleiro Gabriel Batista. No Flamengo desde 2014, ele chegou ao clube como quarta alternativa para as categorias de base, conseguiu se destacar e ganhou seu espaço. Reserva de Diego Alves (com lesão no ombro) e César (com Covid-19), viu os companheiros virarem baixas de última hora e virou solução para o gol rubro-negro no jogo de hoje (2) contra o Bahia, às 20h30, no Pituaçu. Salvo uma surpresa, caberá a ele a tarefa.

Cria do Audax, Gabriel chamou a atenção do clube de São Gonçalo, sua cidade natal, jogando futsal. O caminho para o campo foi complicado e teve um ano de interrupção por conta da dificuldade em conciliar a bola e os estudos.

De volta aos gramados após um ano de afastamento, viu as portas do time do coração se abrirem e não hesitou. Apesar do cenário desfavorável e da concorrência na Gávea, virou titular do sub-20 em 2016 e somou convocações para a seleção brasileira. Em seu currículo, o camisa 22 tem a disputa do Mundial sub-17 de 2015.

"Procuro sempre manter a frieza. Se a gente errar, tem de estar com a cabeça no lugar para manter o foco no jogo. Tem que ser muito frio, muito da equipe vem do goleiro, é preciso manter a serenidade", disse ele à Fla TV.

A trajetória na equipe principal do Rubro-Negro teve início em 2017, mas a estreia com os profissionais veio apenas no ano seguinte. Em 17 de janeiro de 2018, foi titular na vitória por 2 a 0 sobre o Volta Redonda. Com o grupo principal ainda fora de combate, disputou (e venceu) os dois jogos seguintes e não levou gols.

Pai do pequeno Lucca, prestes a completar dois anos de idade, ele é fã de Dida e um "louco" pelo ex-rubro-negro Júlio César. Mas as referências são bem anteriores, já que sempre acompanhou Sérgio de Souza, seu pai e ex-goleiro. O hoje orgulhoso papai começou na base do América (RJ) e defendeu profissionalmente as camisas de Jandaia (PR), Nacional-PR, Iraty (PR), Kaburé (TO) e Araguainense (TO). Mesmo na condição de principal admirador, ele não alivia:

"Meu pai é aquele cara chato. Me cobra, assiste meus jogos e conversa quando vê que estou fazendo algo errado. Está sempre pegando no meu pé, mas sempre é para melhorar".

Sérgio de Souza (de preto), pai do goleiro do Flamengo Gabriel Batista  - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Sérgio de Souza (de preto), pai do goleiro do Flamengo Gabriel Batista, foi goleiro e defendeu o América (RJ)
Imagem: Arquivo pessoal

Na campanha vitoriosa de 2019, Gabriel foi acionado em uma verdadeira fogueira no Brasileiro. Após a expulsão de César, entrou em campo nos acréscimos e levou o gol de empate marcado por Michael, então no Goiás e hoje seu companheiro no Fla. Considerado um goleiro com bom trabalho com os pés, ele terá hoje o seu batismo de fogo em uma equipe que ainda luta para se firmar sob o comando de Domènec Torrent.

Sob os olhares atentos do pai e a expectativa de toda a nação rubro-negra, o jovem da casa vê a sua grande chance se aproximar. Com paciência e cabeça fria, ele espera dar conta do recado.

FICHA TÉCNICA:

BAHIA x FLAMENGO
Competição:
Campeonato Brasileiro (7ª rodada)
Data e horário: 2/09/2020 (quarta-feira), às 20h30 (de Brasília)
Local: Estádio de Pituaçu, em Salvador (BA)
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)
Assistentes: Daniel Henrique da Silva Andrade (DF) e José Reinaldo Nascimento Junior (DF)
VAR: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza (PB)

BAHIA: Anderson; Nino Paraíba; Lucas Fonseca, Juninho e Juninho Capixaba; Elton, Daniel e Rodriguinho; Rossi, Élber e Gilberto. Técnico: Roger Machado.

FLAMENGO: Gabriel Batista; Isla, Rodrigo Caio, Léo Pereira e Filipe Luís (Renê); Willian Arão, Thiago Maia e Everton Ribeiro, Michael, Arrascaeta e Pedro. Técnico: Domènec Torrent.