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Taça com reservas reforça discurso de Jesus: Carioca é pré-temporada do Fla

Alexandre Araújo e Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

23/02/2020 04h00

Jorge Jesus causou polêmica no início de 2020 ao afirmar que o Campeonato Carioca seria uma pré-temporada para o Flamengo. O técnico português foi acusado de ser arrogante durante toda a competição, também após afirmar, depois de vitória no clássico com o Fluminense, que o Rubro-Negro estava "em outro patamar" de disputa. A conquista da Taça Guanabara com reservas, entretanto, reforça o discurso do treinador: o Estadual está sendo uma fase preparatória para o Fla.

Com decisões importantes já no começo de temporada, como a Supercopa do Brasil e a Recopa Sul-Americana, o técnico português utilizou a competição como laboratório. O Rubro-Negro iniciou o Carioca com jovens e reservas não utilizados sob o comando de Maurício Souza, enquanto peças mais importantes do elenco tiveram merecidas férias após títulos do Brasileirão e da Libertadores e da disputa do Mundial de Clubes.

Ao vencer a Taça Guanabara, Jorge Jesus nem titubeou ao liberar os jogadores para a folia. A liberação para a comemoração de uma noite, com uma folga no Carnaval, mostra bem a (pouca) importância que o "workaholic" português deu à competição.

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O Fla-Flu da semifina, é verdade, cobrou mais emoção do que esperava Jesus, que escalou seus titulares e viu o Rubro-Negro, dentre outras coisas, queimar o relógio no fim do jogo. O discurso seguiu na linha de que a competição não era importante, mas as atitudes, principalmente nos jogos contra os rivais, era diferente. Ainda assim, o português deu tanta atenção ao Carioca quanto o Flamengo deu à Florida Cup em 2019.

Na decisão do turno, contra o pequeno Boavista, entretanto, o treinador escalou reservas, mostrando que a Recopa era o objetivo. O time levou um susto no início, mas terminou com a taça.

"Hoje jogamos contra uma equipe muito organizada, não tem a mesma qualidade individual do Flamengo, mas esteve muito bem postada. A ideia hoje foi recuperar os jogadores. Analisando a carga que o jogo teve, esse time jogava no limite do risco de lesão, e nós tentamos não correr riscos. Foi dentro dessa filosofia e ideia que nós fizemos a distribuição de jogadores para o jogo de hoje e de quarta-feira. Não sei se os jogadores que estão lesionados estarão conosco, mas os outros todos estarão, com certeza. Vamos ter os melhores jogadores disponíveis em campo", afirmou o treinador.

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A decisão também expôs algumas questões sobre o elenco, que se ressentiu de Arrascaeta e Éverton Ribeiro, já que as opções escolhidas por Jesus para substituí-los, Vitinho e Michael, são mais pontas do que armadores. Assim, o Fla criou menos do que de costume. Com Thiago Maia e Diego no meio, a equipe também ficou com a transição mais lenta. Foi o que o técnico disse ao explicar suas substituições.

"Achei que a equipe precisava de dois jogadores diferenciados no corredor central. Também porque defensivamente eram jogadores mais frescos para dar consistência posicional à equipe, já que estávamos nos arriscando muito no contra-ataque. Quando preciso arriscar mais, o Everton Ribeiro faz uma posição de risco, que ele sabe fazer bem, ao lado do primeiro volante. Sabia que ele ia enfiar mais bolas nos quatros jogadores de frente e o Arão iria dar aquela consistência defensiva, mas não só isso, acelerando mais a construção, apesar de ele não ter entrado bem", explicou.

Para piorar, sofreu um gol no início do jogo, o que costuma acontecer pouco. A bela cobrança de Jean Victor que entrou no ângulo de César, entretanto, poderia ter sido evitada se Léo Pereira, muito mal no jogo, não tivesse errado passes bobos na saída de bola. Uma dessas falhas originou a bola parada que por pouco não colocou água no chope rubro-negro.

As linhas avançadas do esquema de Jorge Jesus fazem com que zagueiros um pouco mais lentos e ainda não habituados ao estilo, como é o caso do ex-Athletico, tenham dificuldade principalmente nas bolas longas, que geralmente chegam nas costas da zaga. Gustavo Henrique também mostrou dificuldades no Fla-Flu, mas na decisão da Taça Guanabara, o ex-Santos fez boa partida. O português diminuiu os erros da dupla.

"Normalmente eles jogam com o Rodrigo Caio, que é um jogador que já sabe como funciona nossa equipe, nossas ideias, sabe o peso da camisa do Flamengo. Os dois que chegaram são ótimos, vão se habituar e vão ajudar bastante a nossa equipe. É diferente, mas com o tempo, vão se habituar", afirmou.

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