Grama sintética "ajudará" Palmeiras? As controvérsias do campo artificial

A partir de março, o Palmeiras passará a jogar em gramado artificial quando estiver no Allianz Parque. A mudança traz a certeza de menos jogos disputados fora de casa por conta de eventos na arena, mas ainda é uma incógnita para os atletas palmeirenses no aspecto técnico.

Para se ter uma ideia, Mano Menezes, quando ainda era técnico do Alviverde, e Jorge Sampaoli, quando entrevistado para o cargo, deram a opinião que até a montagem do elenco precisava ser diferente por conta do gramado. Na análise dos dois, era importante contar com atletas rápidos, que poderiam explorar o fato de a bola correr mais.

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Já Vanderlei Luxemburgo tem preocupação com os jogos que serão disputados em grama natural. O treinador pondera que o time não pode ficar tão focado apenas no sintético se vai atuar diversas vezes fora de casa, majoritariamente em gramado diferente, em todas as competições que disputar.

Nesse sentido, o Palmeiras está preparado para oferecer as duas opções. Na Academia de Futebol, haverá um gramado sintético, que já está em reforma, e dois de grama natural. É provável que os treinos no artificial sejam minoria.

Tiago Nunes, ex-técnico do Athletico e hoje no Corinthians, foi um dos treinadores que mais acompanharam o processo de adaptação dos atletas. Na visão dele, o mais importante é a qualidade da grama instalada. Ele aponta que o jogo fica mais rápido e que os atletas precisam se adaptar a isso na hora de tratar com a bola, pensando em domínio, chutes e passes. O comandante sempre apontou que a boa qualidade de passe é fundamental para que o sintético ajude algum time.

Na visão do treinador, inclusive, é questão de tempo para que mais equipes adotem o mesmo modelo. A manutenção é mais fácil e mais barata e garante muito mais praticidade caso as grandes arenas precisem se adaptar para receber mais eventos.

A diferença de grama sintética já foi alvo de reclamação por parte de muitos atletas adversários do Athletico. Guerrero, do Inter, Júlio César, na época goleiro do Fluminense, e Wellington Paulista, na época atacante da Chapecoense, são exemplos de atletas que disseram não ser justa a diferença entre arenas.

O Palmeiras se preocupou bastante com a qualidade do gramado e foi na Europa buscar as melhores referências para colocar em sua casa. As reformas palmeirenses serão conduzidas pela Soccer Grass. Os representantes do clube que foram até a Holanda voltaram impressionados e dizem que a tecnologia empregada é superior à existente na Arena da Baixada.

De acordo com o estudo do Núcleo de Saúde e Performance do Palmeiras, inclusive, haverá diminuição de número de lesões. Para isso, haverá uma necessidade de um trabalho de musculação preventiva diferente das demais.