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"Fizeram de mim um Al Capone", diz Michel Platini

Michel Platini, ex-jogador e ex-presidente da UEFA - Shaun Botterill/Getty Images
Michel Platini, ex-jogador e ex-presidente da UEFA Imagem: Shaun Botterill/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

06/11/2019 11h07

Depois de cumprir quatro anos de suspensão de qualquer atividade no futebol, o ex-jogador e ex-presidente da UEFA, Michel Platini desabafou na rádio francesa sobre a forma como foi tratado nos últimos anos. "Fizeram de mim um Al Capone", disse ele em entrevista à Franceinfo.

"Fui chamado de falsificador de contas, corrupto, lavador de dinheiro. Isso dói. Foi complicado para mim e para a minha família. Fizeram de mim um Al Capone", declarou o ex-jogador. Ainda na entrevista, ele diz que foi alvo de uma conspiração e culpa Joesph Blatter, ex-presidente da Fifa.

"Estava preso desde o início. Percebi que não me queriam como presidente da UEFA. Blatter criou uma atmosfera contra mim e outros trabalharam nela", completou ele, que abriu um processo contra Fifa por conspiração.

Platini foi suspenso por 4 anos em 2016 por decisão da Fifa por ter recebido um pagamento de 18 milhões de euros do ex-presidente do órgão, Joseph Blatter, sem contrato. Blatter também foi suspenso. A pena do francês terminou no dia 7 de outubro de 2019.

Em junho deste ano, ele voltou a ser ouvido pela polícia, dessa vez a respeito da suspeita de corrupção no processo de escolha da Fifa para as sedes dos Mundiais de 2018 (Rússia) e 2022 (Catar).

"Eu sempre votei para o desenvolvimento do futebol", disse o francês sobre o voto no Catar. "Havia votado no Marrocos quatro anos antes. Criei o Europeu em 13 países porque isso permitiria a muitos países receberem a prova, construírem estádios, e vencerem algo. Já há cinco ou seis vezes que o mundo árabe perdia. E para o desenvolvimento do futebol era bom ir para o Golfo. Pedi duas coisas: que fosse o Mundial do Golfo, para que o Catar fizesse um esforço para incluir Abu Dhab, Bahrein e todo o Golfo, e que fosse em novembro, dezembro", explicou ele, reforçando que não se arrepende do voto no Catar.