Queda de patrocínios e clube social fazem Corinthians se manter no vermelho
O Corinthians divulgou o balanço financeiro do primeiro semestre de 2018 e, assim como no ano anterior, fechou o período no vermelho. O demonstrativo publicado na última semana mostra que os dois vilões da vez são a falta de patrocínio máster e o deficit no clube social e nos esportes amadores.
De acordo com os números apresentados pelo Corinthians, a receita com patrocínios chegou a R$ 15,5 milhões nos primeiros seis meses no ano, valor bem inferior aos alcançados nas temporadas anteriores. A queda está ligada, sobretudo, à falta de um anunciante para o principal espaço do uniforme - em abril de 2017, o clube não renovou com a Caixa, patrocinador máster por mais de quatro anos.
No fim de março de 2017, a Caixa ofereceu um contrato de R$ 18 milhões por oito meses de contrato, de maio a dezembro. Dessa forma, o Corinthians receberia R$ 2,25 milhões por mês. A diretoria, ainda com Roberto de Andrade como presidente, recusou a oferta por considerar o valor abaixo do estabelecido - a estatal pagava R$ 2,5 milhões mensais (R$ 30 milhões por um ano de vínculo) e o clube esperava se manter neste patamar.
Assim, o Corinthians fechou o primeiro semestre com os piores resultados com patrocínios dos últimos 11 anos, quando passou a disponibilizar os balanços financeiros em seu site oficial. Para se ter uma ideia do abismo em relação ao melhor resultado, o departamento de marketing arrecadou R$ 64,6 milhões em 2012. Esse valor, corrigido pelo índice IPCA, seria hoje de R$ 91,2 milhões. (confira abaixo em detalhes as quedas das receitas).
Se mantiver o patamar dos primeiros seis meses, o Corinthians fechará 2018 com a receita entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões. Há uma semana, o marketing corintiano acertou com a Konami, empresa japonesa responsável pelo jogo Pro Evolution Soccer (PES), para patrocínio na barra frontal de seu uniforme e para licenciamento exclusivo do jogo. O clube deve receber pouco mais de R$ 4 milhões para inscrever 'Pes 2019' na camisa por um ano, além do licenciamento por um total de dois anos.
Na última terça-feira, o diretor de marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, admitiu que há dificuldades em captar recursos e citou o "clima de desânimo e desalento dos empresários" diante da situação financeira do Brasil.
"Sempre chamamos de máster o conjunto representado pelo peito e pelas costas. Estamos com R$ 22 milhões vendidos. Uma grande camisa hoje em dia é vendida por R$ 38 milhões. O desempenho do Corinthians continua sendo dos melhores", disse o dirigente em entrevista à Corinthians TV.
O presidente Andrés Sanchez, por sua vez, disse que a época do ano não favorece na busca por parceiros. "As verbas publicitárias são sempre feitas em setembro e outubro. Existe a dificuldade de fechar um patrocínio no meio do ano", disse o mandatário que retornou ao comando do Corinthians em fevereiro.
Clube social e esportes amadores se mantém deficitários
Esses resultados viraram uma tendência no Corinthians nos últimos anos. De acordo com os balanços divulgados pelo clube, os setores só fecharam no azul nas temporadas 2010 e 2011. Já o pior resultado se deu em 2014, com deficit de R$ 48,1 milhões. Em nota oficial, o clube falou sobre o assunto e ressaltou que busca soluções.
"O Sport Club Corinthians Paulista esclarece que busca captar recursos via projetos de incentivo ao esporte, já homologados junto ao Ministério dos Esportes, com o objetivo de suprir as necessidades do clube social e dos esportes amadores, historicamente deficitários, mas tradicionais na história da agremiação", afirmou.
Nos últimos quatro anos, o Corinthians só fechou no azul uma vez. Foi em 2016, quando o clube teve superavit de R$ 31 milhões, impulsionado pela venda de jogadores campeões brasileiros no ano anterior. O valor arrecadado atingiu a marca de R$ 144,4 milhões.
Em 2017, o deficit no clube chegou a R$ 35,1 milhões. Em 2015 e 2014, os números entraram no vermelho após resultados positivos em 2013 e 2012. As perdas nas duas temporadas foram semelhantes, na casa dos R$ 97 milhões.
Compare as receitas com patrocínios nos últimos 11 anos
1º semestre de 2018: R$ 15,5 mi
2017: R$ 78,4 mi / R$ 80,8 mi (valor corrigido)
2016: R$ 71,5 mi / R$ 75,8 mi
2015: R$ 66,6 mi / R$ 75,5 mi
2014: R$ 63,7 mi / R$ 79,8 mi
2013: R$ 60,1 mi / R$ 80,2 mi
2012: R$ 64,6 mi / R$ 91,2 mi
2011: R$ 44,4 mi / R$ 66,1 mi
2010: R$ 47,3 mi / R$ 75,1 mi
2009: R$ 49,1 mi / R$ 82,4 mi
2008: R$ 24,7 mi / R$ 43,2 mi
2007: R$ 19,1 mi / R$ 35,5 mi
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