Comissão de agente de Rodrygo é o que trava negociação entre Santos e Real
O Santos e o estafe do atacante Rodrygo esperam fechar a negociação com o Real Madrid, da Espanha, nesta quarta-feira. O UOL Esporte apurou que apenas um detalhe impede o jogador de assinar o contrato com o clube merengue: a comissão do empresário do atleta, Nick Arcuri.
A reportagem ainda apurou que o Santos pediu o valor total da multa rescisória só para ele (50 milhões de euros). O clube paulista tinha direito a 40 milhões de euros, pois detém 80% dos direitos econômicos.
O Real Madrid já aceitou a nova pedida santista, e o atleta também abriu mão dos 10 milhões de euros que tinha direito, referentes aos 20% que possui de seus direitos.
No entanto, o Santos não aceita retirar dos 50 milhões de euros a comissão dos agentes de Rodrygo. O Real Madrid também se recusou a pagar a parte do empresário pois, além do valor da multa, está desembolsando 10 milhões de euros de luvas ao jogador, como revelou o UOL Esporte nesta terça-feira.
Em contato com o UOL Esporte, Nick Arcuri foi bastante transparente ao deixar claro que só recebe comissão de seu atleta e mais ninguém. O agente ainda enfatizou que a venda de Rodrygo para o Real Madrid é a negociação mais “limpa” da história do clube paulista.
“É a negociação mais limpa da história do Santos. 40 milhões de euros líquidos para o Santos. Não existe 1 euro de comissão para ninguém. Além disso, a família está abrindo mão da parte dela para que o Santos recebe o que pediu. Eu vou receber comissão do atleta. Eu não tenho nada para ganhar do Santos. quem me paga não é o Santos, não tem 1 euro de comissão. É a negociação mais fácil de concluir. A família abrindo mão e todos ficando felizes. Eu estou agregando e trazendo dinheiro para o clube. É o maior negócio da história do clube. E repito: é a negociação mais limpa da história do Santos”, afirmou Nick.
A luva mais do que milionária foi um dos motivos que fez com que o jogador abrisse mão de seus 20% na transação.
A proposta do Real envolve 4 milhões de euros por ano de salários a joia santista (R$ 17,4 milhões), ou seja, 333 mil euros mensais (R$ 1,5 milhão). O maior valor, no entanto, está reservado para as luvas, montante adicional de bonificação recebido pelos jogadores pela assinatura do contrato. A fatia é de 10 milhões de euros (R$ 43 milhões).
Rodrygo assinou o primeiro contrato profissional em 21 de julho do ano passado, após novela que se arrastou por meses envolvendo, inclusive, uma possível saída para o Liverpool, da Inglaterra. O acordo foi acertado com aumentos salariais anuais, além de bonificações por metas alcançadas, moradia, estudos e ações de marketing para o jogador.
O valor que cabe ao Santos, porém, já tinha sido atingido na negociação atual. O clube tinha, na melhor das hipóteses, 40 milhões de euros (R$ 174 milhões) para receber dos 80% dos direitos que possui - o jogador detém outros 20%. Mas pediu mais e obteve sucesso na negociação.
Os 50 milhões de euros que o clube receberá do Real Madrid é importante do ponto de vista político. Com a multa completa, José Carlos Peres não precisará da aprovação do Conselho Deliberativo para vender Rodrygo.
O dirigente ficou "preso" a sua palavra ao prometer que colocaria a venda do atacante em votação entre os conselheiros na última reunião, nesta semana, na Vila Belmiro. Se o Real Madrid pagar o valor completo, o cartola fugirá da votação.
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