Lições do cheirinho: Palmeiras se fecha contra pressão e ignora taça
Usando lições que aprendeu no passado, o Palmeiras trata o assunto "título" como algo proibido no seu dia a dia.
Depois de Moisés afirmar na última quarta-feira que "a pressão da imprensa ao ignorar o Santos como concorrente não ia colar", na última quinta foi a vez de Mayke afirmar que o objetivo do clube é apenas o G4. A preocupação é tão grande que os jogadores têm sido orientados a evitar o assunto em suas entrevistas. As respostas ecoam o que é pregado internamente por Alberto Valentim e a diretoria.
A ideia é evitar o que Cuca chamava de "autopressão". Logo no começo da temporada, o Palmeiras adotava o discurso de que brigaria por todos os títulos e chegou até a falar em "projeto Mundial". A torcida embalou na empolgação e até mesmo o apelido de Real Madrid das Américas foi criado e reverberado pela imprensa e nas redes sociais.
O próprio ex-treinador citou isso em várias coletivas e usava isso como argumento para eliminações e jogos em que a equipe estava visivelmente nervosa dentro de campo. O clube também sabe que, se assumir o papel de principal perseguidor do líder, a pressão em cima da equipe cresce. Foi assim no ano passado, quando flamenguistas criaram a campanha do "Cheirinho" durante a perseguição aos alviverdes.
Vídeos, músicas e fotos do cheirinho foram tema de preleção entre os palmeirenses na reta final do Brasileiro do ano passado. O ex-presidente Paulo Nobre se apressou em usar uma camiseta provocativa ao confirmar a conquista do título, tirando sarro do Flamengo.
Os palmeirenses, no entanto, não ignoram a chance de conquistar o bicampeonato consecutivo e admite que torceram contra o Corinthians. Eles sabem que o discurso sofrerá alterações caso o dérbi do dia 5 de novembro valha a liderança.
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