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Ex-jogador do Corinthians vai ao Morumbi torcer pelo filho titular do SP

Éder Militão em ação, como lateral direito do São Paulo. Jogador deve ser titular de Dorival - ARACELI SOUZA/SIGMAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Éder Militão em ação, como lateral direito do São Paulo. Jogador deve ser titular de Dorival Imagem: ARACELI SOUZA/SIGMAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

22/09/2017 04h00

Ex-jogador do Corinthians, campeão paulista e da Copa do Brasil do 1995, Valdo Militão tem um motivo mais do que nobre para ir ao Morumbi torcer pelo São Paulo no clássico deste domingo, às 11h. O filho do ex-lateral direito alvinegro, Éder Militão, deve ser uma das apostas da equipe tricolor montada por Dorival Júnior.

"Acho que sou pé-quente. De vez em quando vou ao Morumbi ver ele jogar. Nas vitórias contra Cruzeiro e Palmeiras eu estava lá. Sem dúvida, estarei no estádio para ver essa partida de domingo", brincou o Valdo, que não vê problema no filho enfrentar o seu ex-clube.

"Vou torcer para ele, para que ajude o São Paulo a sair dessa situação. Para mim é normal ele enfrentar o Corinthians. Encaro como se fosse qualquer outro time."

Valdo defendeu o Corinthians entre 94 e 95. Depois, passou por diversos clubes até pendurar as chuteiras em 2001, quando defendeu o América de Natal. Depois, deu aula em escolinha de futebol e hoje trabalha em como injetor plástico em uma empresa em Sertãozinho, no interior de São Paulo.

Valdo - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Valdo com torcedores do Corinthians. Ele defende o clube em jogos de veteranos
Imagem: Arquivo pessoal
Apesar da aposentadoria do futebol profissional, Valdo ainda mantém contato com o ex-clube. Em partidas na região de Ribeirão Preto, ele costuma defender o time de veteranos do Corinthians.

"Parei cedo de jogar, aos 29 anos. Fiquei sem receber em alguns times e comecei a dar aulas em escolinhas. Acho que hoje o meu filho é melhor do que eu [risos] como jogador. Eu brinco que ainda posso acabar com ele no campo, mas, na verdade, na habilidade e no jeito de bater na bola, ele está bem à frente", afirmou Valdo, de 45 anos.

Pai coruja

Valdo - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Valdo com Militão, à esquerda, e seu outro filho
Imagem: Arquivo pessoal
Coincidentemente, Éder Militão se destacou na última semana atuando na mesma posição em que o pai, a lateral direita. Inicialmente, o jovem de 19 anos foi promovido ao time principal do São Paulo como volante. Versátil, ele já atuou como zagueiro e agora foi deslocado para a ala. Na última partida, na nova função, fez um dos gols no triunfo por 2 a 1 sobre o Vitória, fora de casa.

"É muito legal, gratificante vê-lo jogar. Tem algumas diferenças entre nós. Fui lateral, ele começou como volante, depois passou a ser zagueiro e agora surgiu essa surpresa dele atuar como lateral. Eu não era assim, não joguei em outras posições", comparou Valdo, que costuma dar conselhos para o filho.

"A conversa foi boa depois desse jogo. Ele veio para casa, falei que está no caminho certo. Disse que precisa ter cuidado, defender para depois apoiar, até por causa da situação que se encontra o time. Ele me falou que foi isso que o Dorival tinha pedido para ele. Deu certo", contou o pai, que recorda dos primeiros passos do filho no esporte.

"Ele começou na escolinha, mas não achava que iria jogar. Os negócios dele eram soltar pipa e andar de bicicleta. Ele me perguntou se poderia treinar e me surpreendeu. Disputou campeonatos na região e, quando foi para outra escolinha, um amigo meu me procurou para perguntar se ele poderia ir para um time. O meu filho tinha 9 anos e deixei."