Valdívia reencontra Inter no melhor momento com a camisa do Atlético-MG
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Certamente Valdívia vai ter uma noite diferente nesta quarta-feira. Após alguns meses, o meia estará de volta ao Beira-Rio, estádio em que foi feliz por muitas vezes, marcou golaços e ficou perto de se tornar ídolo da torcida colorada. O retorno, porém, acontece como adversário. O então camisa 29 do Internacional veste agora o número 20 do Atlético-MG.
Adversários desta noite, pelas quartas de final da Primeira Liga, às 19h30, no Beira-Rio, Inter e Atlético acordaram a liberação de Valdívia e Carlos para o duelo. E como o agora atleticano Valdívia vai ser titular, ele já se torna o principal personagem da partida antes mesmo de a bola rolar. Uma história que merece ser contada em duas versões, uma para cada lado.
A escolha de Valdívia
Questionado pela torcida do Internacional e ainda abalado com o rebaixamento no Brasileirão de 2016, o meia resolveu respirar novos ares. Pediu para ser negociado, já que naquele momento, em maio, não estava entre os titulares do técnico Antônio Carlos Zago, demitido pelo Inter pouco tempo depois. O Atlético surgiu como uma das opções e levou a melhor numa disputa com outras grandes equipes do Brasil. O empréstimo não foi barato, cerca de R$ 1,5 milhão e direitos fixados em R$ 55 milhões.
Mas o começo com a camisa do Galo não lembrou nenhum pouco o “Poko Pika”, que fez muito sucesso no Internacional. Valdívia chegou à seleção brasileira sub-23 e, não fosse a cirurgia no joelho esquerdo, muito provavelmente teria participado do grupo que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Rio-2016.
Inclusive o meia usa a parte física para justificar o começo devagar no Atlético. Em novembro de 2015, Valdívia operou o ligamento cruzado do joelho esquerdo e ficou alguns meses fora dos gramados. “É um desequilíbrio muscular. A força é a mesma, mas a massa muscular é diferente uma da outra, por causa da cirurgia. Está quase igualada já. Tenho de fazer reforço muscular todos os dias, para o resto da vida. Quem operou sabe que não pode deixar de fazer academia, para que não tenha outra lesão”, explicou o jogador, que aos poucos vai conseguindo ser importante ao Atlético.
O momento turbulento parece que vai ficando no passado. Valdívia já conseguiu fazer bons jogos pelo Atlético nas últimas vezes que esteve em campo, mesmo nas derrotas para Grêmio e Fluminense. Aliás, foi no Rio de Janeiro que ele marcou pela primeira vez com a camisa alvinegra. Por enquanto é apenas um gol em 12 jogos. Pouco para quem chegou à Cidade do Galo cercado de expectativa. Mas com uma sequência como titular, Valdívia acredita que em breve vai mostrar seu melhor futebol também no Atlético, como foi um dia, quando era o “Poko Pika” para a torcida do Internacional.
“O que mais quero é ajudar o Atlético. Estou trabalhando forte. Agora é ter uma boa sequência de bons resultados, uma boa campanha da minha parte também, que é importante. Sequência como titular é o que o jogador espera. Estou ali para poder ajudar. Futebol é momento. Se Deus quiser vai ser o meu momento de ajudar o Galo, fazer mais gols. É o que mais quero, vou trabalhar para isso”.
O lado colorado
Ninguém no Inter questiona as qualidades técnicas de Valdívia. O jogador sempre foi elogiado por direção ou comissões técnicas pela capacidade individual, poder de conclusão e percepção de espaços em campo. No entanto, alguns fatores alheios à bola motivaram a saída para o Atlético-MG.
Primeiro a dificuldade em suportar momentos de pressão. No ano passado, quando o Inter lutava para evitar o rebaixamento, Valdívia mostrou-se muito abalado. Sofreu pressão da torcida por um pênalti perdido nos minutos finais diante do São Paulo, não conseguiu conviver com as vaias que tomaram o lugar dos aplausos e do posto de ídolo que tinha até então.
Com isso, passou a ter dificuldades também em campo e a qualidade conhecida ficou para trás. O rebaixamento foi consolidado e a situação se alterou. Valdívia passou a ter o 'rótulo do rebaixamento' junto aos aficionados. Era cobrado como se 2016 não tivesse se encerrado no fatídico jogo contra o Fluminense.
Demorou para marcar o primeiro gol, desabafou quando o fez, mas tudo que havia em torno dele no Inter fez a direção e seu estafe chegarem a conclusão que seria melhor um tempo afastado para recuperar a melhor fase. Longe, poderia reviver seus momentos de glória, ser vendido por um valor considerável ou até reaproveitado.
Hoje o Inter ainda vê os dois cenários como possível, mas pelo encaixe obtido pelo time espera que a venda se concretize. Seja para o Atlético-MG ou ainda para algum clube do exterior, atraído pela recuperação dele. De toda forma, se ele voltar no ano que vem, será aproveitado no elenco principal e não deve 'rodar' por vários destinos emprestado, como ocorre com outros atletas.
FICHA TÉCNICA
INTERNACIONAL X ATLÉTICO-MG
Data: 30 de agosto de 2017, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Motivo: Quartas de final da Primeira Liga
Local: Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)
Árbitro: Bráulio da Silva Machado (SC)
Assistentes: Alex dos Santos (SC) e Eli Alves Svideski (SC)
INTERNACIONAL: Marcelo Lomba, Junio, Danilo Silva, Ernando e Iago; Charles, Alex Santana, Camilo, Carlos e Nico López; Joanderson.
Técnico: Guto Ferreira.
ATLÉTICO-MG: Giovanni, Marcos Rocha, Gabriel, Bremer e Leonan; Roger Bernardo, Yago e Valdívia; Clayton, Robinho e Fred.
Técnico: Rogério Micale.
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