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'Me salvei por estar lesionado', diz argentino da Chapecoense

Do UOL, em São Paulo

29/11/2016 10h20

O meio-campista da Chapecoense Alejandro Martinuccio não viajou com o restante do elenco para Medellín, onde a equipe disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional-COL. Lesionado, o jogador permaneceu em Santa Catarina para tratamento e escapou da tragédia que vitimou 71 pessoas.

"Me salvei de viajar porque estava lesionado. A verdade é que estou muito mal, muito triste com tudo isso. Sinto uma dor profunda", afirmou o jogador, em entrevista à rádio argentina TN Notícias. "A Chapecoense é um clube que me fez sentir em casa assim que cheguei. Me trataram muito bem sempre e agora só espero saber se há sobreviventes. Aviso a minha família e amigos da Argentina que me encontro bem e só peço a todos que rezem por meus companheiros", completou.

Martinuccio ainda contou que ele e os outros atletas da Chapecoense que não viajaram com a delegação se dirigiram ao clube para se colocar à disposição "para o que for necessário". 

O jogador argentino foi contratado pela Chapecoense nesta temporada. Ele participou de 10 partidas e anotou apenas um gol.

"É muito difícil este momento. Me levantei com esta notícia, todos me ligando e escrevendo perguntando o que tinha acontecido e seu eu estava bem. Não sei porque coisas assim acontecem", disse à rádio La red.

Mais tarde, durante a manifestação da torcida na Arena Condá, Martinuccio reforçou o sentimento de tristeza. Em entrevista ao canal de TV por assinatura SporTV, o argentino destacou o público presente no estádio.

"Tudo isso é por causa deles. Chega um momento em que a gente não sabe o que fazer: ajudar, ficar em silêncio, cantar, torcer. É uma família muito grande, muito unida. Está todo mundo muito triste", disse o jogador. "Acordei, meu irmão me ligou achando que eu estava no voo. Assim que desliguei, via a noticia na televisão e não acreditava. Todo mundo havia viajado bem, faltava quatro horas para chegar. Todo mundo na expectativa. Não dá para explicar. Não dá para digerir ainda", completou.