Comitê de ética do SP vai sugerir no mínimo suspensão de Aidar e Ataíde
O comitê de ética do São Paulo desconsidera a possibilidade de apenas advertir Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro na reunião do próximo dia 25. Segundo apurou o UOL Esporte, a punição mínima considerada pelos membros do órgão é a suspensão de até 90 dias. Outra novidade é que serão duas votações no conselho deliberativo, separadas para cada nome.
Coube ao comitê de ética analisar o episódio da briga entre o ex-presidente e o ex-vice de futebol do clube no dia 5 de outubro de 2015, além das denúncias de corrupção feitas por Gil Guerreiro a Aidar, que culminaram na renúncia do então presidente.
Segundo informado à reportagem, o comitê de ética ainda não redigiu os pareceres. Os membros do órgão afirmam que irão analisar nos próximos dias a documentação de cerca de 900 páginas sobre os casos e que levará em função, também, "o que se falou sobre, o que se veiculou e o que foi documentado". O órgão adianta que descarta a possibilidade de apenas advertir e que irá sugerir no mínimo a suspensão dos dois – a punição mais severa é a expulsão do cargo de conselheiro.
Votação será separada para cada nome
O comitê de ética tem o poder de decidir pela advertência, a suspensão de até 90 dias e a expulsão do cargo de conselheiro. No próximo dia 25, os conselheiros, membros do conselho deliberativo, irão ouvir o parecer apresentado que irá sugerir punições específicas e não necessariamente iguais a Aidar e Gil Guerreiro.
Caberá, então, aos conselheiros afirmarem em voto secreto se acatam ou recusam as punições sugeridas aos dois. Na tarde de sexta-feira, segundo apurou a reportagem, membros da cúpula são-paulina se reuniram com a diretoria do conselho deliberativo para pedir que haja duas votações, para cada um dos casos.
O medo era que os conselheiros fossem obrigados a votar se acatam ou não as punições com um único voto para duas situações. Por exemplo: o conselheiro poderia concordar com a punição sugerida a Aidar e discordar da punição sugerida a Ataíde, e teria de votar entre "sim" ou "não". Para que isso não aconteça, a diretoria do conselho deliberativo concordou em fazer as votações separadas para cada nome.
Ataíde continuará no cargo mesmo se expulso
Ataíde Gil Guerreiro se desligou recentemente do departamento de futebol pelas críticas que vinha sofrendo, e hoje ocupa o cargo de relações institucionais na gestão Carlos Augusto de Barros e Silva – cabe a Gil Guerreiro, nesse cargo, estabelecer relações com federações, por exemplo.
Como o cargo não é estatutário, quem o ocupa não precisa ser conselheiro. Caso Gil Guerreiro seja suspenso ou expulso na reunião do dia 25, poderá permanecer na diretoria de relações institucionais.
Críticas ao processo
Tanto conselheiros de situação como de oposição fazem críticas semelhantes ao processo: "não haverá tempo para analisarmos", afirma um deles, ao reclamar que precisará dar o voto imediatamente após ouvir o parecer, sem chance para debate ou reflexão. "Estão pressupondo que já temos juízo de valor formado", diz outro.
Relembre o caso
Gil Guerreiro afirmou à época que chegou a segurar Aidar pelo pescoço, mas negou que tivesse desferido um soco no então presidente. O ex-vice de futebol justificou, então, que teve a atitude intempestiva depois de Aidar ter negado que lhe teria oferecido desviar e repartir a comissão na contratação de um jogador da Portuguesa.
Mais tarde, Gil Guerreiro divulgou gravação de conversa feita dias antes na qual Aidar de fato sugere o desvio. Aidar justifica que propôs o desvio para ajudar Gil Guerreiro, que passava por dificuldades financeiras.
A briga entre Gil Guerreiro e Aidar foi o estopim para a crise de gestão que fez ruir a base aliada do então presidente. Três dias depois, o UOL Esporte obteve e publicou e-mail (veja o conteúdo aqui) enviado por Gil Guerreiro a Aidar no qual o ex-vice de futebol acusava o presidente de desvios de dinheiro, tentativa de comissionamento pessoal no contrato com a Under Armour e pedia sua renúncia para evitar o impeachment. Nos dias seguintes, os partidos aliados deixaram a gestão e, no dia 13 de outubro, Aidar entregou carta de renúncia ao conselho deliberativo.
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