Enderson leva pressão após vexame em Gre-Nal. E histórico do Grêmio assusta

Os 4 a 1 sofridos na final do Gauchão contra o Internacional ainda rondam o Grêmio. O técnico Enderson Moreira leva pressão internamente, mas é garantido pela direção do clube. Porém, manter o treinador é algo pouco comum no clube azul. Desde 2007 que o mesmo comandante de campo não começa e termina a temporada.

Foi Mano Menezes o último a conseguir começar a temporada no comando do Grêmio e terminá-la. O atual técnico do Corinthians finalizou a Série B de 2005 conquistando o título no Tricolor, fez grande campanha no Brasileiro seguinte, terminando em terceiro lugar. Se manteve no comando em 2007, quando foi vice-campeão da Libertadores. Mesmo sem repetir o sucesso no Brasileiro [o Grêmio terminou em 6º] ele permaneceu até a última rodada da competição.

Foi então que o histórico que assombra Enderson Moreira teve início. Em 2008, Vagner Mancini coordenou a pré-temporada, começou o ano e mesmo invicto foi demitido em fevereiro. Celso Roth assumiu o comando e levou a equipe ao vice-campeonato brasileiro.

Com o bom desempenho no segundo semestre do ano anterior, Roth foi mantido em 2009. Porém, uma série de derrotas para o Internacional no Estadual o fez perder posto. Marcelo Rospide assumiu provisoriamente e Paulo Autuori levou o ano até o final. Eliminado na semifinal da Libertadores e com campanha ruim no Brasileiro, o treinador deu poucos argumentos para seguir, porém, seria mantido não fosse uma proposta do exterior, que evitou sequência.

Para 2010 a aposta foi em Silas Pereira. Campeão Gaúcho e eliminado nas semifinais da Copa do Brasil, ele sofreu no Brasileiro e foi demitido em agosto. Renato Gaúcho assumiu e conquistou vaga para próxima Libertadores.

Em 2011, Renato começou o ano, mas não resistiu às quedas no Gauchão e na Libertadores. Com péssima relação com o presidente do clube, o ex-atacante foi demitido em junho. Julinho Camargo assumiu o comando, mas durou apenas um mês. Celso Roth foi contratado para o fim da temporada e levou o Grêmio até o encerramento daquele Brasileirão.

No ano seguinte, Caio Júnior foi o escolhido. E mais uma vez durou pouco.  O rendimento do time desagradou a direção, que optou pela demissão em fevereiro. Vanderlei  Luxemburgo foi contratado e mesmo sem classificação para as finais do Gauchão, Sul-Americana e Copa do Brasil, foi mantido no comando devido a boa campanha no Brasileirão.

Contudo, 2013 significou a saída de Luxa. Os problemas internos no elenco e a má relação com a direção empurraram o treinador para fora do clube. Renato Gaúcho chegou e entregou cargo com o vice-campeonato brasileiro.

Até este ano, quando chegou Enderson Moreira. Segundo a direção gremista, nem mesmo a derrota por goleada,o torcedor rival gritando 'olé' e mais um ano sem conquista do Gauchão abalam a confiança no comando técnico.

"No momento, sequer cogitamos. Temos que ter convicção no trabalho. As redes sociais são um mecanismo importante de comunicação, mas nem sempre podem servir de pauta para quem comanda uma gestão. Sabemos, independente de redes sociais, que o torcedor do Grêmio está triste, amargurado e abatido. Esse abatimento também é o nosso", revelou o diretor executivo de futebol, Rui Costa.

Nos bastidores do Grêmio, a pressão pela saída de Enderson Moreira já começou. Porém, a boa campanha na Libertadores respalda o trabalho. Segundo melhor na fase de grupos, o Tricolor está classificado para as oitavas de final. E seguir no torneio pode ser a salvação da comissão técnica.

Antes de iniciar os duelos com o San Lorenzo, da Argentina, em busca de vaga nas quartas de final da competição continental, os portoalegrenses pensam no Brasileirão. Domingo o adversário da estreia será o Atlético-PR. O jogo ocorre às 16h no estádio Orlando Scarpelli, em Santa Catarina.