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Na Copa em que mirava Pelé, Mbappé assiste à consagração de Messi

Thiago Arantes

Colaboração para o UOL, de Barcelona

18/12/2022 14h59

Classificação e Jogos

Kylian Mbappé entrou em campo hoje (18) de olho em Pelé. Aos 23 anos, o atacante francês estava a uma partida de conquistar o segundo título mundial seguido como protagonista. Algo que nem Pelé havia conseguido em 1958 e 1962 — o Rei machucou-se no Mundial do Chile.

A final da Copa do Mundo do Qatar não apenas tirou Mbappé do caminho de se igualar a Pelé; também o colocou na rota da glória de Lionel Messi. O camisa 10 francês brilhou, marcou três gols, foi fundamental para levar a decisão para os pênaltis, mas assistiu à festa de Lionel Messi, seu companheiro no PSG.

O Mundial de Mbappé não foi ruim, bem longe disso. Ele deixou a competição como artilheiro com 8 gols marcados, 2 assistências e teve atuações destacadas contra a Austrália, na estreia, e a Polônia, nas oitavas de final, além de brilhar na épica decisão.

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Mbappé pede o apoio da torcida francesa durante a final da Copa
Imagem: REUTERS/Dylan Martinez

Diante dos poloneses, ele chegou a 9 gols em Copas, superando os 7 de Pelé em suas duas primeiras Copas. Ninguém havia marcado tantos gols na competição antes dos 24 anos. Colocar Mbappé e Pelé na mesma frase tornou-se algo comum na imprensa do mundo inteiro.

Só que nas quartas e nas semifinais, o astro francês não brilhou. Foi bem marcado contra a Inglaterra e apareceu pouco; contra Marrocos, também não se destacou. A final era a chance de retomar os holofotes. Durante 80 minutos de jogo, não deu certo.

O técnico Didier Deschamps até tentou mudar a posição de seu principal jogador, ainda no primeiro tempo. Seja como ponta-esquerda, seja como centroavante, ele não conseguiu jogar. A primeira finalização de Mbappé só aconteceu aos 25 minutos do segundo tempo: um chute por cima do gol de Emiliano Martínez.

Mas o astro francês fez sua seleção renascer. Aos 35, em cobrança do pênalti, ele recolocou a França no jogo. No minuto seguinte, veio a terceira: um golaço, que empatou o duelo. Em 1min43s, Mbappé mudou o roteiro do jogo, levando a partida para a prorrogação. No tempo extra, Messi marcou o terceiro para a Argentina. Mbappé, novamente de pênalti, empatou mais uma vez.

A derrota na final da Copa é mais que o ponto final de um caminho que faria o atacante francês ser cada vez mais colocado nas mesmas frases que Pelé pelos próximos anos. A vitória argentina encerra com derrota um ano que Mbappé mudou seu status no futebol mundial.

Desde que assinou um novo contrato com o PSG, em maio, Mbappé tornou-se o jogador mais bem pago do mundo. No vestiário do clube francês, passou a se comportar como um rei, com ingerência em decisões da diretoria do clube, e tentando tomar na marra o protagonismo ao lado de companheiros como Lionel Messi e Neymar.

A decisão deste domingo era vista como um duelo de gerações, uma possível "troca de guarda". Mbappé marcou três vezes, tornou-se o recordista em finais de Copa, mas a taça foi para a Argentina de Messi, na decisão por pênaltis.

A Era Messi acabou com um título da Argentina após 36 anos. A Era Mbappé terá de esperar.