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Mesmo sem Neymar, PSG e Qatar atingem objetivo na Copa com Messi e Mbappé

Bruno Andrade

Colunista do UOL, em Doha (Qatar)

15/12/2022 18h01

Classificação e Jogos

Fundada em 2005, a Qatar Sports Investment (QSI) comprou o PSG há 11 anos por aproximadamente 50 milhões de euros, tendo assumido ainda uma dívida multimilionária. A entrada na França foi o primeiro passo do grupo qatari para começar a dominar o futebol internacional.

Garantir o Qatar como país-sede da Copa do Mundo de 2022, poucos meses depois, também fazia parte do ambicioso plano do Emir Tamim bin Hamad Al Thani, que colocou o braço direito Nasser Al-Khelaifi para gerir o clube parisiense como presidente.

Al-Khelaifi desembarcou em Paris e encontrou um elenco com jogadores até conhecidos do público no geral, mas de pouco impacto, como os brasileiros Ceará e Nenê e os franceses Mamadou Sakho e Ludovic Giuly.

Rapidamente, os novos investidores do Oriente Médio, ao mesmo tempo em que planejavam a construção dos estádios para o Mundial pós-Rússia, começaram a gastança com reforços de peso para o PSG.

Nos primeiros anos de parceria, os parisienses trouxeram Javier Pastore, Ezequiel Lavezzi, Lucas Moura, Thiago Silva, Marquinhos, David Luiz, Edinson Cavani, David Beckham, Di María, Marco Verratti e, especialmente, Zlatan Ibrahimovic.

Nas dez edições seguintes da Liga Francesa, o PSG venceu oito. Depois de várias tentativas frustradas, atingiu também uma final da Liga dos Campeões, em 2019/20, sendo derrotado pelo Bayern de Munique.

A "apelação" no mercado da bola veio com tudo poucos anos antes do fatídico tropeço diante dos alemães. Em 2017, os franceses pagaram 222 milhões de euros ao Barcelona por Neymar. Desembolsaram mais 180 milhões de euros por Kylian Mbappé, então no Monaco.

Faltava, no entanto, um melhor do mundo no elenco. A cereja do bolo surgiu na temporada passada. Após mais de 20 anos no Barcelona, onde ganhou tudo, Lionel Messi aceitou o desafio de jogar na França e se juntar a Neymar e Mbappé.

O tridente mais badalado das últimas décadas foi formado pelos bilhões da Qatar Sports Investment. Todos também de olho na Copa do Mundo de 2022, sobretudo por causa do favoritismo de Argentina, Brasil e França.

No PSG, a QSI gastou mais de 9 bilhões de euros em transferências. O Qatar, por sua vez, investiu aproximadamente 230 bilhões para sediar o Mundial. Ambos, agora, colhem juntos os frutos de tamanho desprendimento financeiro, dentro e fora de campo.

Neymar ficou pelo caminho nas quartas de final, com a eliminação do Brasil diante da Croácia. Messi e Mbappé, artilheiros da edição de 2022, com cinco gols, são líderes das finalistas Argentina e França, respectivamente.