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A última Copa de Messi e CR7

As principais histórias do último mundial dos melhores jogadores do século

Dito e feito: Ronaldo 'blinda' Portugal de polêmicas antes da estreia

e Bruno Andrade

Colunista do UOL, em Doha (Qatar)

24/11/2022 04h00

"O grupo está bem, está unido, está blindado".

Cristiano Ronaldo bem que avisou. Apesar das recentes polêmicas e discussões na Inglaterra, o craque português conseguiu, nos bastidores, proteger o grupo de Portugal, especialmente na semana decisiva da estreia na Copa do Mundo do 2022, nesta quinta-feira (24), contra Gana. O esforço, na verdade, foi conjunto.

O UOL Esporte apurou que partiu inicialmente do próprio CR7 a decisão de falar com a imprensa na última segunda-feira (21), numa atitude que pegou de surpresa os jornalistas no centro de treinamento do Al Shahaniya Club.

O departamento de comunicação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) avaliou positivamente a sugestão de Ronaldo. Pesou a favor da ida do capitão à coletiva o fato de, no mesmo dia, a seleção inglesa estrear no Copa.

Naturalmente, os repórteres ingleses estavam com o foco total na equipe dirigida por Gareth Southgate e, por isso, praticamente não marcaram presença na entrevista. No dia seguinte, nos tabloides britânicos, o maior espaço foi dado para a goleada por 6 a 2 em cima do Irã.

Na conversa com os profissionais de imprensa, quase todos portugueses, Cristiano Ronaldo não fugiu das perguntas. Foi direto. Tirou um peso das costas dos companheiros e, sobretudo, de si mesmo. Internamente, foi elogiado pela postura de líder.

"O ambiente na seleção é excelente. O grupo está blindado. Faço ainda um pedido: quando os próximos jogadores vierem aqui, não perguntem sempre sobre o Cristiano. Não falem de mim, eu estou blindado. Falem da Copa, falem sobre eles", destacou.

O favorável clima em Doha, inclusive, não obrigou Ronaldo a conversar de forma coletiva com os outros 25 jogadores e também a comissão técnica. Muito provavelmente, bateu um papo informal com os mais próximos, como Pepe, companheiro de longa data, e Diogo Dalot, com quem jogou no último ano e meio no Manchester United. São hoje os seus principais parceiros no dia a dia.

"Não falamos sobre isso (situação no clube inglês), toda a gente está focada na seleção e na Copa. Todos sabem o valor que o Cristiano e todos nós damos ao fato de representarmos Portugal. Estamos numa competição que qualquer jogador gostaria de atuar", explicou Bruno Fernandes, um dos outros ex-companheiros de CR7 nos Red Devils.

"Não acho que (o futuro do Cristiano Ronaldo) possa tirar o foco, não foi um tema falado nos espaços conjuntos. Há um espírito fantástico dos meus jogadores, estão convictos do que têm para fazer, sabendo das dificuldades que têm pela frente", completou Fernando Santos, na véspera do duelo com Gana.

Para garantir mesmo todas as atenções na busca pelo inédito título mundial, Cristiano Ronaldo garantiu ainda o que tanto queria: começar a competição no Qatar como jogador livre. Teve o contrato com o Manchester United rescindido por mútuo acordo. Cabeça leve e limpa para comandar os portugueses contra ganeses, uruguaios, sul-coreanos e, talvez, quem mais vier pela frente no mata-mata.


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