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Deschamps diz que aprendeu com derrota do Brasil: "Não dar nenhum espaço"

Deschamps, técnico da França, pode alcançar façanha histórica em caso de título na Rússia - Christophe Simon/AFP
Deschamps, técnico da França, pode alcançar façanha histórica em caso de título na Rússia Imagem: Christophe Simon/AFP

Dassler Marques, Marcel Rizzo e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em São Petersburgo

10/07/2018 18h58

Técnico da França finalista da Copa do Mundo da Rússia, Didier Deschamps observou atentamente a partida em que a Bélgica eliminou o Brasil das quartas de final da competição e decidiu mudar as estratégias de sua equipe nesta terça-feira, em São Petersburgo. A vitória por 1 a 0 foi baseada principalmente em uma atuação segura da defesa, ao contrário do que ocorreu com os comandados de Tite na fase anterior do Mundial, e que permitiu que os belgas avançassem.

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"Não sei se foi a melhor atuação da nossa defesa, mas foi excelente. A ideia era não dar nenhum espaço. Se déssemos aconteceria o que vimos contra o Brasil. O time belga é muito rápido em seus movimentos, então não queríamos dar nenhuma oportunidade para eles", argumentou Deschamps, satisfeito com o rendimento de sua equipe na primeira semifinal da Copa da Rússia: "Enfrentamos um time muito forte, que teve mais controle, mas conseguimos agredir mais. Não é fácil ler esse jogo. Meus jogadores foram preparados para todo tipo de cenário. Essa noite meu time demonstrou novamente que é positivo em todos os aspectos."

Campeão mundial como jogador em 1998, Deschamps pode igualar um feito que apenas Zagallo e Beckembauer possuem na história: vencer a Copa por sua seleção dentro de campo e também fora, como treinador. Apesar de o tema estar em alta, o comandante francês evitou mencioná-lo aos jogadores, segundo disse na primeira entrevista coletiva após a classificação para a final.

"Cada um tem que viver em seu tempo. Eu nunca mencionei minha história aos jogadores. Eles sabem. Alguns eram pequenos, só viram fotos. A história é diferente agora, não posso comparar, falar de jogadores de 1998, nem mesmo de dez anos atrás. Hoje podemos escrever uma página linda, uma página mais linda. Ninguém vai apagar aquilo, mas há que viver seu tempo e agora não posso olhar para atrás, tenho que viver uma nova era. Se vencermos, poderei desfrutar como antes, mas ainda não aconteceu", afirmou o técnico.

Veja outras declarações de Didier Deschamps após França 1 x 0 Bélgica:

Histórico: "São memórias excelentes, uma vitória na semifinal e aquela vitória na final em 1998. O mais importante é o domingo. Estava dois anos atrás com meu estafe na final e foi tão doloroso, realmente queríamos saborear a vitória aquela noite. É esporte, temos o privilégio de dar alegria às pessoas e dividir isso com elas, pois nos apoiaram na Eurocopa. Vamos voltar no domingo e fazer o melhor para dar uma nova alegria."

Vice da Eurocopa em 2016: "Não posso responder sobre isso. Tentamos que o destino seja o mais bonito possível. Sempre tentam achar comparações sobre o que dá certo ou errado. Temos que dar crédito aos jogadores, são os atores, fazem tudo. Estamos há tantos dias juntos, quem poderia acreditar que alcançaríamos a final? Temos que parabenizar, nas próximas horas vamos dividir as alegrias com a família e ver quem enfrentaremos."

Mudanças desde 2016: "Era um time muito novo em 2016, agora temos 14 jogadores descobrem o que é uma Copa, que nunca jogaram uma grande competição. O progresso é grande. Não fazemos tudo certo, mas claro que há um progresso, sou muito orgulhoso deles, da mentalidade também. Não é só porque estamos jogando em alto nível que alcançaremos, mas é pela nossa força mental que vamos tão longe."

Semelhanças com 1998: "É diferente a sensação. Minha posição não é a mesma de 1998. Quando vejo o rosto de meus jogadores, seus olhos, fico feliz por eles. Muito feliz por mim, por minha família. É um orgulho estar aqui, estar na final, mas antes da competição alguns tinham dúvidas se poderíamos vencer. Sim, podemos nos tornar campeões do mundo, mas ainda não somos."

Atuação de Pogba: "Todos jogadores devem ser mencionados, mas Pogba esteve em todos lugares. Foi muito eficiente na defesa. Martínez (Roberto, técnico da Bélgica) definiu Fellaini para se preocupar apenas com ele, mas ele soube o que fazer. Paul é mais criativo quando recupera a bola e vai no um contra um, assim ele desempenha melhor. Ele cresceu com o time, é um jogador que sabe o que fazer sempre."

Preparação para a final: "Vamos apreciar esse resultado. Temos cinco dias. Acho que disse isso. As famílias estão aqui, vamos desfrutar em 48 horas e nos recuperar. Os jogadores vão dar seu melhor no domingo, favoritos ou não."

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