Jacquin cai no samba após vitória e provoca argentinos do Masterchef
O chef Erick Jacquin reuniu os amigos franceses, seu filho e sua mulher em um boteco da zona sul de São Paulo para torcer pela seleção contra a Argentina. Depois de um almoço regado a cerveja, caipiroska, feijoada e charutos, o jurado do Masterchef, da Band, caiu no samba para comemorar a vitória por 4 a 3 e a classificação à próxima fase.
"Chupa, Argentina!", gritava o cozinheiro a cada gol dos franceses.
"Elegância!", censurou um de seus amigos, lembrando que no boteco havia também mulheres e crianças.
"Chupa, por favor", respondeu Jacquin, lançando um sorriso irônico.
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O clima de festa começou já quinze minutos antes do jogo, quando o chef chegou ao "Bar do Giba", em Moema, e estendeu uma camiseta da seleção francesa no balcão. "Alguém quer uma barrinha de cereal?", perguntou Giba, oferecendo uma bandeja cheia de enormes peças de torresmo.
Apareceram também outros chefs conhecidos na cidade, como Pascal Valeraux, Fred Frank, Emanuel Bassoleil e seu filho Lucas. Empresários e outros membros da comunidade franco-brasileira transformaram o boteco em um reduto francófono paulistano.
Juntos eles entoaram a "Marselhesa" sincronizados com os jogadores na Rússia. "Eu não gosto de futebol, eu gosto de Copa do Mundo", disse Jacquin antes da partida começar. No dia a dia, ele torce eventualmente pelo Corinthians e já foi algumas vezes a Itaquera. Na França, simpatiza com o PSG. Mas a Copa é diferente. "Adoro esse clima de união internacional que só vivemos durante a Copa."
O cozinheiro disse que convidara o argentino Patrício Díaz, diretor do Masterchef, que se recusou a ver o jogo no meio de tantos franceses. "Imagina, toda a direção do programa é de argentinos. E ainda tem a Paola [Carossela]", dizia Jacquin, planejando mandar mensagens para cada um e provocá-los caso a França vencesse.
O cozinheiro interrompeu a torcida para comer uma feijoada, considerada por ele a melhor da cidade, e tomar uma caipiroska de caju. Também bebeu muita cerveja e fumou charutos. Fez selfies com fãs e vídeos para seu Instagram.
Ao final da partida, com a vitória e a passagem às quartas confirmadas, Giba, o dono do bar, colocou samba para tocar nas caixas de som. Foi a deixa para que o chef francês ensaiasse uns passos desengonçados, equilibrando um copo de cerveja na mão e um chapéu de coringa na cabeça.
"Futebol é igual cozinha", filosofava Jacquin. "Se você coloca um chef muito estrelado, muito metido a bambambam, os outros da cozinha não vão trabalhar bem, porque quem vai ganhar a fama vai ser o chef estrelado. O Brasil não vai longe nessa Copa por causa do Neymar, que quer ser melhor que os outros."
É por isso que ele acredita que os franceses são favoritos na Rússia: "Na França não tem ninguém assim. Estão todos unidos e jogando juntos." Jacquin projetou uma semifinal entre Brasil e França e cravou um placar: "França 3 a 0. Fácil."
Não seria a primeira vez. Vivendo no Brasil desde 1995, ele estava em São Paulo quando os franceses venceram a Copa de 98 com uma vitória sobre a seleção brasileira.
"Estava no restaurante trabalhando", lembrou ele sobre o dia da final. "No primeiro gol, eu gritei 'Vive la France' e foi tudo bem. No segundo eu abri uma Champagne. Um vizinho do restaurante gritou alguma coisa que eu não entendi. No terceiro gol, o vizinho gritou 'Francês, filho da p... Volta pro seu país, viado!'"
Mesmo tendo construído boa parte de sua carreira em cozinhas brasileiras, tendo uma esposa e um filho brasileiros, o cozinheiro diz que não consegue torcer para o time verde e amarelo. "No jogo contra o México, eu venho com um sombrero gigante", provocou ele, se referindo à partida de segunda-feira.
No Twitter, Paola Carosella usou sua conta oficial para responder aos memes que brincavam com ela e Jacquin. "Faz isso não, amigo", brincou.
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