Corinthians precisa de um Tevez. Quem não?
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Apache é um documentário sobre Carlitos Tevez. Está no Netflix. Trata de sua infância pobre em Forte Apache, uma favela de Buenos Aires.
Infância sob perigo, perseguindo seus sonhos entre gangues, tiros e drogas.
Pode ser coincidência, mas também merece uma incursão amadora na sociologia. As dificuldades forjaram o caráter e o estilo futebolístico de Tevez? Cada falha é um bilhete de volta para a miséria. A metáfora da bola como um prato de comida não é metáfora porcaria alguma. É mesmo a dura, feia e assustadora realidade. Tevez, Edmundo e Luís Fabiano são tipos encaradores. Sem medo do marcador de ponta. Vão para o drible sabendo que a dor de uma pancada é apenas uma graminha de sal a mais na vida.
Não é só drible. É drible com alma, drible com a angústia das amarguras passadas.
Um encarador. Um cara que destrua linhas. Um cara que saia do banco e incendeie uma partida.
O Corinthians sentiu falta de um jogador assim contra o Guaraní, do Paraguai. O time trocou passes, tentou jogar, mas parecia um time de alunos bem comportados, capazes de fazer tudo o que o treinador pediu e nada que o treinador não pediu.
Tevez fez falta em Assunção. Tevez faz falta em todos os jogos. Não o Tevez atual, em fim de carreira, não o Tevez de 2004 (46 gols em 78 jogos), não o Tevez.
Um Tevez.
Por que não há mais Tevez?
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