Neymar e a carretilha fazem bem ao futebol
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Ah, a carretilha... A grande novidade entre os que desejam enquadrar o futebol não tem nada de novo. Até já mudou de nome.
Ela surgiu nos anos 60, com o nome de lambreta. Sua primeira grande aparição foi em 1968, em um jogo entre Santos x Botafogo, na Vila.
O autor foi Kaneko, um ponta direta de 16 jogos e um gol pelo Santos. Passou com a lambreta sobre Carlucci, cruzou para trás e Toninho Guerreiro marcou, de letra. Uma jogada maravilhosa, perdida no tempo.
Neymar tentou dar uma carretilha em Paris. Não deu certo. O juiz pediu que ele maneirasse, Neymar teve uma chilique e nos brindou com a frase "be PATIENT é o caramba" e levou um justo amarelo.
Levanto duas questões:
1) Considerando que o jogador se sinta humilhado, isso justifica uma reação violenta? Eu acho que não. Se reagir com falta, que se cobre a falta. Se a falta for dura, amarelo nele.
As faltas merecem uma gradação. Falta simples, segue o jogo...Falta dura, amarelo. Falta duríssima, vermelho.
O que não pode ser graduado é o drible. Esse pode, esse não pode, esse merece aplausos, aquele, amarelo.
2) Neymar faz a carretilha para driblar ou para humilhar, pergunta o Júlio Gomes.
Muitas vezes é para humilhar, o que pode significar um desvio de caráter. Mas não justifica uma punição, um puxão de orelhas.
Os juízes já se complicam para determinar se houve ou não intenção de se fazer um penal, imagine para determinar se um jogador quis ou não humilhar os outros.
Quem pune Neymar, Kaneko ou Garrincha, está punindo o futebol.
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