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Mauro Cezar Pereira

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Mauro Cezar: ataques a jogadores de futebol só vão parar com punição ao CPF

Villasanti, atingido por uma pedra: hospital - Foto: Divulgação/Grêmio
Villasanti, atingido por uma pedra: hospital Imagem: Foto: Divulgação/Grêmio

27/02/2022 12h14

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Um pedra, das grandes, foi arremessada contra o ônibus que transportava a delegação do Grêmio ao estádio Beira-Rio, onde o time enfrentaria o Internacional. O jogador Mathias Villasanti foi atingido, sofreu traumatismo craniano, concussão cerebral, sem fratura na cabeça, com escoriações no rosto e trauma no quadril.

Não teve jogo. Óbvio? Que nada, afinal, uma bomba explodiu dentro do coletivo dos atletas do Bahia dois dias antes, também arremessada por pessoas do lado de fora. O goleiro Danilo Fernandes foi atingido. E a bola rolou para o confronto com o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste, mesmo com o atleta no hospital.

Em Porto Alegre, por falta de provas, dois homens que haviam sido detidos foram soltos. Segundo a polícia nenhuma imagem ou testemunha comprova que foram autores dos arremessos contra o ônibus gremista. Pelo jeito vai ficar por isso mesmo. Impunidade, uma característica brasileira, não exclusiva do futebol, ela está em nosso dia a dia.

Atirar pedras e bombas contra alguém, no que isso se enquadra? Agressão? Tentativa de homicídio? Se as autoridades capturarem elementos a lei determinará a pena. É o único jeito, só assim outros pensarão antes de fazer o mesmo. Enquanto a sensação for de impunidade, continuará acontecendo, está claro, não há algo que os agressores temam.

Por oportunismo, defensores de torcida única costumam surgir nesses momentos vendendo a tacanha ideia como solução. Ora, fossem apenas colorados no Grenal isso não impediria o ataque ao ônibus tricolor. E o famoso River Plate x Boca Juniors da Libertadores 2018, que não foi jogado pelo ataque ao coletivo xeneize, só tinha hinchas do time da casa.

Não adianta proibir organizadas, adotar a presença de uma só torcida, entre outras medidas já testadas e comprovadamente inúteis. O negócio, a solução, passa por identificação dos responsáveis e punição ao CPF, à pessoa física. Enquanto isso não acontecer, sempre haverá o risco de alguém aparecer disposto a desfrutar da impunidade.

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