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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Qatar supera Brasil-2014 e já é a Copa vista em mais lugares na história

Copa do Mundo 2022 disputada no Qatar é a vista em mais lugares na história da competição                   - AFP
Copa do Mundo 2022 disputada no Qatar é a vista em mais lugares na história da competição Imagem: AFP

Colunista do UOL

26/11/2022 04h00

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A Copa do Mundo do Qatar está sendo transmitida ao vivo com imagens para 225 territórios e ultrapassou a edição de 2014, no Brasil, que esteve em 223. O Mundial de 2022 é o assistido em mais lugares na história.

Na Rússia, em 2018, a Fifa negociou a Copa para 212 territórios, número inferior a 2014 e reflexo do Fifagate. O caso de corrupção na venda de direitos de transmissão e comercial de campeonatos, principalmente nas Américas, levou em 2015 dezenas de dirigentes presos e fez a Fifa ter dificuldade em fechar novos contratos nos anos seguintes.

A divisão dos territórios com direitos de transmissão comprados entre os continentes ficou assim para 2022:

Europa - 56
África - 56
Américas - 50
Ásia - 43
Oceania - 20

Para o Brasil

A Copa-2022 tem exclusividade do Grupo Globo na TV — aberta e fechada (SporTV). No streaming, a Fifa recuperou os direitos após acordo por dívida com a emissora brasileira e repassou à empresa LiveMode, parceira de mídia da federação que negociou com o Youtube e com a Twitch a transmissão de 22 jogos pelo canal do principal streamer brasileiro, Casimiro Miguel. O pacote incluiu a abertura, todos os jogos do Brasil, as semifinais e a final.

De última hora, a Fifa decidiu também passar os jogos ao vivo em seu streaming lançado em abril deste ano, o Fifa+, como revelou a coluna. A LiveMode faz a produção e montou equipe própria de narração e comentário. Inicialmente, a entidade não pretendia transmitir para o Brasil a Copa em seu streaming. A ideia de ter 40 mil partidas ao vivo por ano de mais de 100 federações era o de focar em torneios de menor projeção, ou de base, e não colocar de graça as Copas masculina e feminina, que rendem milhões de dólares em direitos de transmissão.

Aos poucos, a direção da federação foi mudando de ideia e resolveu usar os direitos digitais recuperados no Brasil para testar audiência e retorno de patrocinadores com jogos de seu principal produto. Para a maioria dos países há bloqueio da transmissão digital, já que empresas compraram com exclusividade, não para o Brasil. Para a Copa do Mundo de 2026, por exemplo, a entidade ainda vai negociar contratos e pode evitar dar exclusividade digital, abrindo caminho para usar sua plataforma e ganhar dinheiro com isso.

A Globo vendeu a oito emissoras os direitos da Copa para o rádio (além do Sistema Globo de Rádio):

- Itatiaia (MG)
- Grupo Bandeirantes (SP) - com transmissão das rádios Bandeirantes e Bandnews FM
- Transamérica (SP)
- Gaúcha (RS)
- Jovem Pan (SP)
- Energia 97 (SP)
- Jornal (PE)
- Rádio Tupi (RJ)

Negociações

A Fifa define os locais em que negocia seus campeonatos como territórios, e não países, porque em alguns casos as vendas ocorrem para regiões que nem autônomas são. Um exemplo é o departamento francês chamado Reunião, uma ilha no Oceano Índico, em águas africanas, que a Fifa cede separadamente dos pacotes oferecidos para a França.

Boa parte dos acordos da Copa 2022 faz parte de um pacote que incluiu a edição 2018. Nos EUA, os direitos são da FOX e da Telemundo, rede aberta de língua espanhola. Na Europa, a Fifa negocia principalmente para a União Europeia de Radiodifusão, grupo de TVs públicas do continente que depois faz os repasses para emissoras de países menores. Para grandes centros os acordos são feitos diretamente com as principais organizações, como a RAI na Itália, a TF1 na França, a ARD na Alemanha e a BBC no Reino Unido.

A África tem a SuperSport International, um braço da Sky Sports inglesa, como principal compradora para a maioria dos países, com a beIN Sports, subsidiária da qatariana Al Jazeera, logo atrás. A beIN Sports detém a maioria dos direitos para Ásia incluindo, lógico, o país-sede, o Qatar.