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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Libertadores: com chance de arena vazia, Guayaquil terá telões pela cidade

Apesar da violência, Conmebol assegura final da Libertadores em Guayaquil  - Getty Images
Apesar da violência, Conmebol assegura final da Libertadores em Guayaquil Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

05/10/2022 14h06

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A Conmebol iniciou a comercialização dos ingressos para o público geral da final da Libertadores entre Flamengo e Athletico-PR a US$ 245 (R$ 1,27 mil) — o jogo será em 29 de outubro, às 17h (de Brasília), no estádio Isidro Romero Carbo em Guayaquil (EQU). O alvo são os torcedores equatorianos, mas internamente a entidade não espera uma venda expressiva por causa do valor.

A prefeitura de Guayaquil tem o mesmo diagnóstico e, por isso e com o aval da Conmebol, vai colocar telões para que torcedores possam assistir ao confronto ao vivo na avenida Victor Emilio Estrada, uma das principais da cidade e a dez minutos de carro da arena onde o jogo ocorrerá. Há possibilidade de exibição também em outras áreas do município.

A ideia do governo municipal é dar opção para que turistas de outras regiões do Equador se animem a viajar a Guayaquil no fim de semana da final, mesmo que não comprem ingressos, e ajudem a movimentar a rede hoteleira e de restaurantes da cidade. A previsão inicial de 50 mil pessoas se deslocando para a região não vai se concretizar.

Como mostrou o jornalista Rodrigo Mattos em sua coluna no UOL Esporte, até o fim da semana passada entre 7 mil e 8 mil ingressos tinham sido vendidos aos flamenguistas e athleticanos — a carga exclusiva dos clubes é de 12,4 mil para cada um a preço de US$ 142 (R$ 740). A previsão atualmente é que menos de 20 mil torcedores estejam no Isidro Romero Carbo (a capacidade liberada é de 49,9 mil assentos).

A dificuldade de viajar a Guayaquil, que não tem voos diretos do Brasil, e os preços da passagem e da hospedagem complicam a logística dos torcedores brasileiros. Mesmo com essa previsão de menos fãs do que o ideal, e com o estado de exceção em Guayaquil decretado pelo governo do Equador pelo menos até 14 de outubro por causa de onda de violência, a Conmebol jamais pensou em alterar o local da final.

Dois fatores, principalmente, levaram a confederação a não cogitar a alteração: o valor que gasta na reforma do estádio, cerca de US$ 4 milhões (R$ 20,8 milhões), e o compromisso firmado entre o presidente da entidade, Alejandro Dominguez, e o presidente do Equador, Guillermo Lasso. Só haveria mudança se o anfitrião avisasse que não conseguiria organizar a final, o que não ocorrerá.