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Marcel Rizzo

Com ok de Bolsonaro, clubes do Brasileiro pressionam por público em outubro

Torcida do Fluminense levou faixas para a arquibancada do Maracanã, que pode voltar a ter público já em outubro - Arquivo pessoal
Torcida do Fluminense levou faixas para a arquibancada do Maracanã, que pode voltar a ter público já em outubro Imagem: Arquivo pessoal

Colunista do UOL

18/09/2020 11h00

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Os 20 clubes da Série A do Brasileiro articulam com os governos de seus estados a volta do público aos estádios, com capacidade de assentos limitada. Ao contrário do que a CBF gostaria esse retorno deve ocorrer em datas diferentes para cada região, mas há um esforço para que seja quase uniforme. Os cartolas contam com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que deve nos próximos dias publicamente se mostrar favorável.

Como o blog revelou em agosto, o lobby ocorre porque há prejuízo com a operação dos jogos sem receita de ingressos — há clube que gasta quase R$ 200 mil por partida. Se pretendia que os portões fossem abertos em novembro, no início do segundo turno, mas o Ge.com mostrou nesta quinta-feira (17) que a CBF enviou estudo ao governo federal com outubro como meta. O futebol brasileiro voltou em junho sem torcedores por causa da pandemia.

Apesar de o documento ter sido enviado à Brasília são os estados e (ou) municípios que decidem sobre a reabertura econômica em seus territórios, como quais e quando esses eventos poderão ter a presença de pessoas e a quantidade desse público. É por isso que ficou acertado que cada clube conversará com o seu governador (há possibilidade de as prefeituras liberarem, mas decretos estaduais prevalecem sobre os municipais).

A negociação mais adiantada é no Rio, que pode ter jogos com portões abertos já na primeira semana de outubro, com 10% da capacidade do estádio. A CBF gostaria que todos os estados voltassem ao mesmo tempo, mas conversas mostraram que isso seria impossível. Foi colocado em reuniões que assim que um retornar outros podem se ver forçados a isso também, mais ou menos como ocorreu com os jogos, com o Rio também como precursor.

No documento que a CBF enviou ao governo federal há a proposta de que o público seja limitado a 30% da capacidade do estádio, mas isso deve ser variável de estado para estado. Há consenso, entretanto, de que nesse primeiro momento esse limite não ultrapasse os 50% dos assentos totais — e apenas com torcedores do time mandante na arena.

Se um estado autorizar o público isso valeria para jogos da Série A, Copa do Brasil e divisões inferiores (Séries B e C), mas também para torneios sul-americanos, como Libertadores e Copa Sul-Americana. Isso pode se tornar uma dor de cabeça para a Conmebol, que tem um acordo com clubes de que a volta dos torcedores aos estádios seria uniforme. Argentina e Uruguai, por exemplo, não têm previsão de quando isso ocorrerá.

A Série A do Brasileiro tem times de oito estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Ceará, Bahia, Pernambuco e Goiás.