O Real Madrid não perde nem par ou ímpar
Quanto mais o Bayern Munique criava belas oportunidades de gol, quanto mais prensava o Real Madrid contra as cordas, quanto mais Sané desperdiçava duas chances, mais perto estava o gol.
O gol espanhol, bem entendido.
Quem conhece, sabe.
Assim foi até a metade do primeiro tempo quando Tony Kroos, ex-Bayern, deu uma enfiada de bola espetacular para Vinícius Júnior sair na cara de Neuer e completar a primeira finalização madridista no clássico de 20 títulos europeus — 14 espanhóis e seis alemães.
Primeira finalização e primeiro gol, bem entendido.
O Real Madrid saía na frente em Munique.
Porque joga reativamente?
Não.
Porque sabe atrair os adversários, deixá-los gostar do jogo e, quando se sentem confortáveis, castigá-los.
É até cansativo?
É.
Pois os outros também têm o direito de ganhar.
Coisa que o Real não nega, mas impede.
Fazer o quê?
Se o Manchester City, que lhe é superior, não pôde, quem poderá?
Newsletter
OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberO choque nos frios e persistentes alemães durou até os 40 minutos, quando tiveram a possibilidade de empatar em cobrança de falta por Harry Kane.
Faltava o segundo tempo e os alemães não desistem nunca, como se sabe.
Aos 52 minutos, com os merengues melhores, Sané arrancou pela direita e soltou uma bomba no canto que o ucraniano Lunin aceitou no canto apesar da violência: 1 a 1.
Aí, os alemães enlouqueceram. E se eles calmos são perigosos, enlouquecidos são insuportáveis.
Aos 55, pênalti em Musiala.
Kane bateu e virou: 2 a 1.
Só aos 63 minutos, em jogo disputadíssimo e limpíssimo, Kroos deu em Kane e recebeu o amarelo, diante de exatos 75 mil torcedores.
O Real sentiu e passou a se defender mais que atacar, longe, porém, de entregar os pontos, com aquela segurança irritante de quem desconhece o impossível.
Carlo Ancelotti trocou Bellingham pelo feiticeiro Luka Modric e Kroos por Brahim Díaz.
Na primeira bola do croata ele achou Vini e Neuer evitou o empate.
Thomas Müller saiu para Gnabry jogar, para fazer o gol que Thomas Tuchel previu.
Aos 81, de Vini para Rodrygo, na área, e pênalti no ex-santista, cometido pelo coreano do sul Kim Minjae.
Coube ao ex-rubro-negro cobrar diante do extraordinário Neuer, que foi buscar a bola no fundo da rede: 2 a 2.
O Real Madrid se recusa a perder e não se fala mais nisso.
Na quarta-feira que vem, às 16h, tem mais, no Santiago Bernabéu.
Quem ganhar estará em Wembley para disputar a final.
Você vai perder?
O Real Madrid não.
Deixe seu comentário