CBF cobra Conmebol e pede investigação após expulsão de Dedé: "Erro grave"
A CBF decidiu cobrar a Conmebol oficialmente pela expulsão do zagueiro Dedé na última quarta-feira (20), na derrota do Cruzeiro diante do Boca Juniors por 2 a 0 pelas quartas de final da Libertadores. A entidade considerou o erro grave e enviou uma carta à confederação sul-americana, pedindo explicações e sugerindo a abertura de uma investigação.
A carta de poucos parágrafos fala em "erro grave de arbitragem" e "expulsão injusta" do zagueiro cruzeirense. "A CBF registra seu inconformismo com a decisão da arbitragem e solicita que a Conmebol tome todas as providências cabíveis no sentido de fazer justiça em relação ao dano causado ao Cruzeiro e ao atleta", diz um trecho do documento, que ainda pede "que uma investigação seja aberta pela Conmebol para completa apuração do ocorrido em relação à indevida intervenção do VAR, dando transparência à decisão do árbitro no momento do lance".
Ainda sobre o VAR, a CBF argumenta que tal tecnologia "é uma ferramenta fundamental para a melhoria do nosso futebol, mas para isso precisa da confiança das entidades, atletas, agremiações e torcedores. Isso só acontecerá se erros como o ocorrido na partida de ontem forem prontamente reconhecidos e corrigidos". O termo 'corrigido', neste contexto, tem mais a ver com a utilização do VAR pela arbitragem do que possível cancelamento da partida ou algo do gênero.
O diretor executivo da CBF e chefe do Comitê Organizador Local da Copa América de 2019, Rogério Caboclo, está desde a noite de quarta em contato com Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol, tratando do assunto. Caboclo assumirá no ano que vem a presidência da entidade que comanda o futebol brasileiro.
Pessoas ligadas à CBF consideram que o erro pode ser parte do processo de implementação do VAR, e que a arbitragem pode ter sido impactada pela força do choque - no lance, Dedé trombou involuntariamente com o goleiro adversário em uma disputa, mas acabou expulso mesmo com a utilização do recurso de vídeo. Apesar disso, o tom da comunicação é de cobrança para que, ao menos, seja admitido que houve erro.
Ao receber a comunicação, a Conmebol disse já ter "tomado medidas" a respeito do ocorrido. "Uma vez que tenhamos elementos necessários, que forem feitos os relatórios técnicos e que tenhamos uma conclusão a respeito, a mesma será comunicada imediatamente", informa a entidade em comunicado oficial.
Confira a íntegra da carta abaixo:
Senhor Presidente,
A partida disputada entre Cruzeiro Esporte Clube e o Club Atlético Boca Juniors em 19/9/2018, pelas quartas de final da Copa Libertadores da América, infelizmente foi marcada por um grave erro de arbitragem. O atleta Dedé foi expulso injustamente pelo árbitro paraguaio Eber Aquino, após um choque involuntário com o atleta Esteban Andrada.
Como agravante, a injusta expulsão aconteceu após consulta ao Sistema de Assistência Arbitral por Vídeo (VAR), o que ocorreu de forma irregular e fora do protocolo de utilização da referida tecnologia.
A CBF registra seu inconformismo com a decisão da arbitragem e solicita que a Conmebol, valendo-se de suas instâncias funcionais, tome todas as providências cabíveis no sentido de fazer justiça em relação ao dano causado ao Cruzeiro Esporte Clube e ao atleta. Sugere ainda que uma investigação seja aberta pela Conmebol para completa apuração do ocorrido em relação à indevida intervenção do VAR neste episódio, dando transparência à decisão do árbitro no momento do lance.”
A CBF faz isso não apenas no cumprimento do dever de apoiar sua agremiação filiada, mas no interesse de proteger a credibilidade do Sistema de Assistência Arbitral por Vídeo. O VAR é uma ferramenta fundamental para a melhoria do nosso futebol, mas para isso precisa da confiança das entidades, atletas, agremiações e torcedores. Isso só acontecerá se erros como o ocorrido na partida de ontem forem prontamente reconhecidos e corrigidos.
A CBF reconhece os grandes progressos de sua gestão à frente da Conmebol, notoriamente em relação à modernidade e transparência administrativa. Por isso, está confiante de que serão adotadas as necessárias providências em relação aos fatos em questão.
No aguardo de sua manifestação, subscrevemo-nos,
Atenciosamente,
Rogério Caboclo
Diretor Executivo de Gestão
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.