Um outro olhar sobre o vexame do São Paulo no Pacaembu

O entardecer logo no início do jogo entre São Paulo e The Strongest, no Pacaembu, estava lindo, como vários outros lindos entardeceres que já brilharam por aí. As redes sociais, claro, foram bombardeadas por imagens de mais um belo pôr do sol de nosso planetinha (sempre são). Também registramos, aqui da redação, essa luz inspiradora.

Mas não está fácil para ninguém. Nem mesmo o entardecer inspirador foi capaz de aplacar a fúria da torcida contra o zagueiro Lucão, vaiado antes dos três minutos de partida. Olha ele aí, marcando o Matias Alonso...

Mas Lucão não foi o vilão do jogo. Não jogou mal. Não cometeu erros. Não foi imprudente tampouco precipitado. Depois dos primeiros cinco minutos, Lucão foi esquecido pela torcida porque o São Paulo jogava bem. Alan Kardec poderia ter aberto o placar antes dos 20 minutos do primeiro tempo em bola alçada na área...

...Rodrigo Caio também

Ganso parecia incansável. Corria, armava e concluía. Que fôlego! Que Ganso! Foi fantástico no primeiro tempo. Deu um belo chute aos 27 minutos (boa defesa do goleiro Vaca) e perdeu outra oportunidade aos 30 minutos, de cabeça

Até Centurion, um dos grandes alvos da torcida...

E com um primeiro tempo avassalador, era difícil esperar pelo resultado negativo do São Paulo. Mas aí veio o segundo tempo. O técnico Bauza resolve trocar o volante Hudson pelo atacante Calleri. E deu tudo errado...Um time organizado virou bagunça. Sem Hudson no meio, Michel Bastos, Ganso e Thiago Mendes mudaram de função, perderam a sintonia apresentada no primeiro tempo. O The Strongest gostou do desorganizado São Paulo e consequentemente do jogo. Marcou um gol com Alonso, aquele que flagramos sendo marcado por Lucão no início deste post, após cobrança ENSAIADA de escanteio. Sério, o São Paulo caiu nessa?

Caiu...E os torcedores perderam a paciência. E quando eles perdem a paciência, primeiro, brigaram entre si

Depois, encontraram os novos culpados. Michel Bastos... 

 

Vale lembrar que o São Paulo ganhou fácil em 2005, no Morumbi

 

Mas naquele tempo o The Strongest não tinha Pablo Escobar como capitão

 

Hoje tem, olha ele aí:

 

 

E depois do jogo, claro, aquele caos, aquela violência verbal. Toda aquela impaciência que certamente não contribuirá em nada com o time

 

O triunfo do The Strongest foi apenas o segundo de um time boliviano na história da Libertadores da América em 46 partidas. Pior do que isso, a equipe de La Paz não sabia o que era vencer um jogo fora de casa na competição sul-americana há 35 anos. E o São Paulo ajudou na quebra dos tabus.