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Inter vê herança da Série B e tenta controlar lado psicológico do time

 VINíCIUS COSTA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: VINíCIUS COSTA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

20/03/2018 11h00

O mesmo time que por pouco não busca um 2 a 0 contra é o mesmo que volta para o jogo apático após levar um gol nos segundos finais do primeiro tempo. O Internacional oscila psicologicamente. E de olho em jogos mais pesados durante o ano, o técnico Odair Hellmann trata de analisar o contexto e trabalhar para que a equipe tenha reações constantes.

Se o time vermelho saiu com a moral elevada do clássico da primeira fase do Gauchão, pois saiu perdendo por 2 a 0 e no segundo tempo igualou forças, descontou e quase empatou o jogo, o mesmo não pode se dizer do jogo do último domingo.

O diagnóstico de abalo por conta do gol foi claro nas palavras da direção. O Inter sentiu ter saído atrás em uma partida que se esforçava muito para empatar.

"No primeiro gol que a gente sofreu foi um golpe duro. Até ali, era um jogo sólido. Os dois times se enfrentando bem. E a gente marcou muito bem eles por 47 minutos. Conseguimos escapar algumas vezes e no último minuto, levamos o gol. Sentimos o golpe", resumiu o goleiro Marcelo Lomba.

Já o técnico Odair Hellmann fez questão de lembrar o copo meio cheio para analisar o meio vazio. Citou momentos em que o Inter teve poder de reação e não encolheu-se como no último confronto com o Grêmio.

"Há exemplos dos dois lados. O segundo tempo do primeiro Gre-Nal retomamos a parte emocional perdendo de 2 a 0. Construímos e revertemos isso. Só não fizemos o gol. Conseguimos virar o jogo contra o Remo também. Há momentos em que se conseguiu isso, outros não. No início o segundo tempo demoramos para entrar no jogo, veio a pressão, mas o gol não saiu ali. Foi mais tarde, de falta", disse Odair.

Fato é que o Inter, nos dois Gre-Nais, sofreu bastante ao levar o primeiro gol. No jogo do Beira-Rio, depois da falha de marcação que terminou com cruzamento de Cortez e gol de Luan, o Colorado perdeu-se no jogo. Tanto que o segundo gol, de pênalti, veio em seguida.

Neste domingo o Inter, de fato, não vinha mal. Havia criado duas oportunidades de gol, defendidas por Marcelo Grohe, e continha as movimentações do Grêmio. Até que foi vazado faltando meio minuto para a conclusão da primeira parte. Voltou no segundo tempo encolhido e sofreu nas mãos de uma equipe bem mais experiente.

Na avaliação do capitão D'Alessandro, o Colorado ainda apresenta sequelas da temporada passada. Depois de disputar a Série B, o Inter ainda sofre os seus reflexos.

"Ainda temos sequelas dos últimos anos e vai demorar a sair. O torcedor tem que entender que nós vamos demorar um pouco, e ajudar. Todos estão chateados, e eu sei que vão nos cobrar, que vão xingar em treinamento amanhã. Mas precisamos deles. Sei que pode perder qualquer jogo, menos o Gre-Nal. Mas isso aconteceu com o Grêmio por muito tempo, nós comemoramos, eles não, e hoje a fase é outra. No futebol muda muito, toda hora. E continuaremos trabalhando", disse o camisa 10.

O caminho

O caminho, na avaliação interna do Inter, é não entender que tudo está errado apenas por ter tropeçado duas vezes exatamente nos dois únicos jogos contra rivais de Série A que teve no ano. É coro nos bastidores do Colorado que a análise não pode achar culpados, apenas mirar correções no caminho, que é bem feito.

"É ruim, é complicado falar isso agora. Mas estamos no caminho certo. E temos certeza disso. Sei que dói, é ruim perder e ainda mais num clássico. Mas não podemos achar que está tudo errado apenas porque não vencemos o jogo. Temos que ter uma análise fria de cada coisa que aconteceu. E vamos ter. Com calma, vamos analisar tudo o que houve, mas eu garanto que estamos no caminho certo", opinou Odair Hellmann.

O Inter tenta reverter o quadro na quarta-feira. O duelo com o Grêmio está marcado para as 21h45 (de Brasília), no Beira-Rio. É preciso vencer por quatro ou mais de diferença para ir às semifinais do Gauchão.