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Três razões para o jejum de Grafite no Atlético-PR (e uma para ele acabar)

Grafite vibra: cena única no Atlético até aqui foi contra o Millonarios - AFP PHOTO / Heuler Andrey
Grafite vibra: cena única no Atlético até aqui foi contra o Millonarios Imagem: AFP PHOTO / Heuler Andrey

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

31/05/2017 15h39

Grafite foi contratado pelo Atlético Paranaense no começo de 2017 com uma missão: arrumar o ataque da equipe, o 17º pior da elite em 2016, um contraste com a campanha que teve a melhor defesa e chegou à Libertadores com o sexto lugar. Passados cinco meses da nova temporada, o vice-artilheiro do Brasileirão do ano passado marcou apenas um gol em 15 jogos. Um gol importante, é verdade, mas já há quatro meses, contra o Millonarios da Colômbia – e de pênalti.

O UOL Esporte foi atrás de saber o que se passa com Grafite no Furacão. Identificamos três razões para a seca e uma para que ela termine nesta quarta-feira (31), contra o Santa Cruz, às 19h30 na Arena da Baixada pela Copa do Brasil.

1 - Grafite não tem um parceiro fixo

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Keno, ex-parceiro de Grafite, seguiu em destaque no Palmeiras
Imagem: MARCO GALVÃO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Em 2016, Grafite teve ao seu lado por 49 jogos em toda a temporada o atacante Keno, hoje no Palmeiras. A dupla marcou 34 gols pelo Santa Cruz, e, mesmo com a queda da equipe pernambucana para a Série B, Grafite fez 13 gols. Já no Atlético, fazendo pouco menos de um terço dos jogos de 2016 nesse quase meio ano, Grafite atuou com cinco parceiros diferentes. Pablo e Nikão foram os que mais se repetiram, oito vezes, dentro do esquema com dois pontas abertos e Grafite mais centralizado. Felipe Gedoz – um meia, mas jogando avançado – foi parceiro em outros 5 jogos. Crysan jogou com Grafite em duas oportunidades, enquanto que Yago jogou em uma partida.

Keno foi fundamental para o bom desempenho de Grafite em 2016. Ao todo, o parceiro de Arruda fez 7 assistências para gols no Santa Cruz. Para a partida contra o ex-clube, Grafite deve atuar dentro do trio que mais se repetiu no Furacão, com Nikão e Pablo.

2 – Grafite não tem mais 29 anos

Foi na temporada 2008/09, pelo Wolfsburg, que Grafite teve seu melhor ano. Nada menos que 35 gols em 31 jogos e a participação fundamental no histórico título alemão. Então com 29 anos, o atacante foi melhor que quando foi campeão da Libertadores pelo São Paulo, 5 anos antes, mais maduro mas ainda bem fisicamente.

Aos 38 anos, Grafite vive pelo segundo ano seguido um grande período de seca. No Brasileirão de 2016, o atacante ficou 15 jogos sem marcar, entre o gol na derrota para o Corinthians (1 a 2) e os três contra o Independiente Medellín (3 a 1) pela Copa Sul-Americana. Foram três meses de jejum. No Atlético, já são 14 jogos e 4 meses de jejum.

No meio de tudo isso, lesões. Machucou a coxa direita e a panturrilha esquerda no ano passado. Voltou a sentir a panturrilha nesse ano, já pelo Atlético, desfalcando a equipe na Libertadores e no Estadual. “Dependo muito da minha forma física, sou sincero”, disse o jogador durante entrevista coletiva logo após sua recuperação.

3 – Grafite está sem pontaria

Entre Copa do Brasil, Libertadores e Brasileirão, Grafite arrematou a gol em 12 ocasiões durante 11 partidas. Destas, cinco delas foram na direção do gol e apenas uma entrou. As demais sete passaram longe da meta adversária.

Na partida contra o Flamengo, no último domingo pelo Brasileirão, foram duas oportunidades claras. Em uma, o desvio salvador do goleiro Alex Muralha; na outra, a trave impediu o fim do jejum. Ainda assim, o jogador saiu aplaudido de campo pela torcida, que reconheceu o esforço.

Lei do ex?

Se os números não ajudam Grafite, quem sabe uma superstição? Ao reencontrar o Santa Cruz, Grafite terá a seu favor a “Lei do Ex”, uma das fábulas legislativas do futebol – assim como a Lei de Gil e a Lei de Gerson. O jogador chegou a prometer não comemorar se marcar contra o clube do coração e que defendeu no ano passado. Mas o magnetismo que empurra as bolas dos ex-jogadores para dentro do gol dos antigos clubes pode tirar a má fase do atacante. Ou não. É esperar para ver.

FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-PR X SANTA CRUZ

Data: 31 de maio de 2017, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Motivo: Oitavas de final da Copa do Brasil
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Árbitro: Elmo Alves Resenha Cunha (GO)
Assistentes: Cristhian Passos Sorence (GO) e Leone Carvalho Rocha (GO)
 

ATLÉTICO-PR: Weverton; Jonathan, Paulo André, Thiago Heleno e Sidcley; Otávio, Rossetto e Lucho González; Nikão, Pablo e Grafite.
Técnico: Eduardo Baptista.

SANTA CRUZ: Julio Cesar; Nininho, Anderson Salles, Bruno Silva e Tiago Costa; Elicarlos, David, William Barbio, Everton Santos e André Luís; Halef Pitbull.
Técnico: Vinícius Eutrópio.