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Artilheiro da base Botafogo inicia carreira nos EUA e projeta volta em alta

Renan Gorne foi emprestado para o North Carolina, dos EUA, e tem feito seus gols  - Vitor Silva/SSPress/Botafogo
Renan Gorne foi emprestado para o North Carolina, dos EUA, e tem feito seus gols Imagem: Vitor Silva/SSPress/Botafogo

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/09/2017 04h00

O Botafogo tem revelado bons atacantes nas categorias de base nos últimos anos. Vitinho, Sassá e Luis Henrique são exemplos. Nenhum deles, no entanto, ainda está no clube. O último da safra é Renan Gorne, que mexeu com o imaginário dos torcedores ao marcar 31 gols na categoria sub-20, em 2016, quando foi campeão carioca e brasileiro da categoria.

O ‘matador’, porém, não teve oportunidade ao chegar nos profissionais e acabou emprestado ao North Carolina, nos Estados Unidos – o time disputa a NASL, segunda maior liga do país, atrás da MLS. A distância em nada mudou a relação dos torcedores com Renan Gorne. Os alvinegros não esquecem do atleta e seguem de perto o início da carreira do xodó.

O técnico do Botafogo, Jair Ventura, no entanto, segurou o aproveitamento do jovem atacante. Preferiu dar chance a outros jogadores como Vinicius Tanque, que não contam com o apoio da torcida. Renan Gorne evidentemente gostaria de ter sido aproveitado, mas não cria polêmicas sobre a decisão do treinador.

“Ano passado foi excelente. Deu tudo certo para mim, foi praticamente perfeito. Fomos campeões cariocas e depois brasileiro, fiz 31 gols na temporada, uma marca expressiva. Fiquei feliz. Quando subi, esperava ter mais oportunidades, mas por opção do professor Jair ela não veio. Não tenho muito o que falar, foi opção dele. Era um dos comandados e sempre respeitei as decisões. Mas dentro de mim eu sabia que se fosse emprestado e tivesse a oportunidade de jogar eu faria meu papel bem, como está ocorrendo aqui nos Estados Unidos. Estou há quase dois meses e tem dado tudo certo”, disse Renan ao UOL Esporte.

“Sempre fui uma pessoa de muito trabalho. Independentemente de estar jogando ou não. Sempre procurei estar preparado para abraçar as oportunidades quando elas aparecessem. Na base, quando você está no primeiro ano da categoria, tem poucas chances. Quando jogava, fazia gol e ia bem. Mas quando a oportunidade não vinha, tinha na cabeça que devia seguir trabalhando forte para estar preparado quando requisitado”, completou o jovem atacante.

Nos Estados Unidos, Renan Gorne foi bem recebido. Identificado com o clube que o revelou, logo ganhou o apelido de “Botafogo” na resenha com os companheiros. Além da alcunha, ganhou também a oportunidade de ser titular. O jargão do jovem atleta na base tem sido utilizado na NASL: “Bobeou, Gorneou”. Já são 2 gols em seis jogos, além de uma assistência.

“É muito importante. Já havia passado aqui nos Estados Unidos em 2010 em um time de formação. Tinha 14 anos na época. Sabia como funcionam as coisas aqui. Quando voltei agora, sabia o que encontraria. Era questão de tempo de eu me readaptar ao jogo deles. Tudo aqui será muito rápido, pois vou ficar até novembro. Empréstimo é de 4 meses no máximo. Não poderia demorar e tenho feito meus gols, jogado bem. Devemos nos classificar para o playoff e estou muito feliz”, afirmou.

De fato, Renan Gorne tem muita facilidade para fazer gols. A finalização é uma de suas melhores características. E isso só foi conseguido com muito treinamento. “Não sei se o gol fica grande para mim [risos], mas eu trabalho muito para aprimorar minha qualidade. Quero aperfeiçoar sempre, me cobro muito com relação a isso. Isso tem feito a diferença nos momentos decisivos até agora”, explicou.

A identificação com o Botafogo é grande e ele não esconde. Tanto que o maior desejo do jogador é brilhar nos Estados Unidos com o objetivo de voltar para o Rio de Janeiro e ter papel decisivo com a camisa preta e branca.

“Pretendo voltar ao Botafogo e escrever minha história no profissional. Preciso fazer bons números aqui para mostrar que tenho capacidade de voltar ao Brasil e vestir a camisa 9 ou ser jogador importante para o time no ano que vem. Meu próximo desejo que quero realizar é esse. Voltar ao Botafogo, clube que tenho carinho enorme, e escrever minha história. Não vejo como distante, mas precisa de muito trabalho. Vou focar aqui para ano que vem ser aproveitado”, prometeu Renan Gorne.

Por fim, Renan explica como tem sido o lado ‘torcedor’. Longe, ele precisa se virar para acompanhar os jogos do Botafogo. A internet é fundamental no processo, mesmo que falte algum amigo para se abraçar na comemoração dos gols do Alvinegro.

"Tenho acompanhado, sim. Moro sozinho e quando tem jogo é a primeira coisa que faço. Ligo o computador e encontro algum site que passe o jogo. Torcia para caramba, igual um doido aqui em casa, sem ninguém para extravasar [risos]. Botafogo passou pelo Nacional e comemorei demais”, finalizou.