Idealizado por Autuori, Atlético-PR pega Grêmio que usa herança do técnico
Quando entrarem em campo no domingo (21) às 16h na Arena da Baixada, Atlético Paranaense e Grêmio terão muito em comum entre si, além da presença na Copa Libertadores. É a partir de Paulo Autuori, ex-técnico tricolor e hoje no comando do futebol do Furacão, que os estilos das equipes foram se definindo.
Técnico mais longevo no comando atleticano desde o longínquo ano 2000, Autuori faz com mais autonomia no Furacão ou que ensaiou no Grêmio num passado recente. A passagem dele pelo Grêmio foi rápida, mas deixou legado. Adversário na segunda rodada do Brasileirão, o treinador foi a semente para uma mudança na filosofia de formação de jovens atletas no Tricolor. Em 2009, após longa negociação, ele assumiu o cargo de técnico do time principal e também influência nas categorias de base.
À época, Autuori manteve contato com dirigentes ligados aos times inferiores e sugeriu processos e adoção de um sistema treinamento, a periodização tática. A ideia foi adaptada nos anos seguintes, mas até hoje é considerada fundamental no clube. O trabalho é muito similar ao que acontece hoje em Curitiba.
No CT do Caju, Autuori é mais que um simples treinador: é quem comanda todo o futebol do clube, ainda sem assumir formalmente o cargo de gerente. Ele ajuda na formatação da base, verifica a integração com as categorias inferiores e prepara até mesmo os treinadores. Recentemente, ainda que a contragosto, reconheceu que muitos dos treinos da equipe são dados pelos auxiliares Bruno Pivetti e Kelly: “Quando eu cheguei aqui eu vim com o objetivo além do trabalho de formação de jogadores, era de profissionais”, declarou.
Contratado pelo Grêmio em maio de 2009, após longa negociação, Paulo Autuori indicou Edson Aguiar para ser coordenador técnico das categorias de base. Os dois já haviam trabalhado no Al-Rayyan e formaram conexão entre o time profissionais e as equipes jovens.
Aguiar ficou no Grêmio até meados de 2010. Autuori saiu meses antes, em novembro do ano anterior. Mas o conceito defendido por eles foi abraçado. O Tricolor passou a montar uma filosofia de treinamentos com maior intensidade e vocacionada ao jogo. A bola. E em busca de um jogador que pensa a partida.
“Além de toda comissão técnica entender um modelo de jogo, entender essa mudança comportamental, nossa intenção é tornar o jogador inteligente. Para levarmos isso para os adolescentes, é bem desafiador, fazer o jogador pensar, fazer com que ele tome uma decisão sem que aja uma interferência por parte do treinador é muito importante”, disse Aguiar durante sua passagem pelo Grêmio.
A passagem rápida impediu que Autuori tivesse maior ingerência sobre a formação de jovens. O projeto original da diretoria, na época da contratação, era ter o treinador justamente como um mentor ou gerente. Que aos poucos evoluísse do banco de reservas para outras áreas.
No Atlético, Autuori encontrou o terreno que não achou em Porto Alegre. Contando com o amparo da diretoria do clube, colocou em campo um time formado quase que só por jovens no Paranaense. Comprou brigas políticas e viveu a turbulência de maus resultados até a recente vitória sobre a Universidad Católica, quando seu trabalho foi colocado em dúvida por crônica e torcedores. Dedicou a vitória aos "oportunistas". Foi aí que Autuori buscou outra referência gremista: Felipão, técnico que tinha por hábito nominar um inimigo oculto durante suas campanhas.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-PR X GRÊMIO
Data: 21 de maio de 2017, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Árbitro: Marcelo Aparecido R. de Souza (SP)
Assistentes: Anderson José de Moraes Coelho e Bruno Salgado Rizo (SP)
ATLÉTICO-PR: Weverton; Jonathan, Paulo André, Thiago Heleno e Sidicley; Otávio, Rossetto (Lucho González) e Guilherme; Nikão, Pablo e Eduardo da Silva.
Técnico: Paulo Autuori.
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Léo Moura, Geromel, Kannemann e B. Cortez; Michel, Arthur, Ramiro, Luan e Pedro Rocha; Lucas Barrios.
Técnico: Renato Gaúcho.
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