Santa descarta "masoquismo" da torcida, mas admite decepção com público
Clube que carrega a alcunha de “O Mais Querido”. Que se orgulha de dizer que tem “A Torcida Mais Apaixonada do Brasil”. E, após dez anos, retornou como sensação à elite do futebol brasileiro. O Santa Cruz tinha tudo para estar lotando o Arruda no Brasileirão, mas admite que está devendo quanto à média de público.
Até aqui na primeira divisão, o Santinha tem levado 14.301 pagantes por partida, ocupando 21% do Arruda - o preço médio é R$ 15,00. A atual média de público na Série A é menor que a do Campeonato Pernambucano deste ano, inferior àquelas obtidas nos calvários das Séries C e D e ligeiramente superior à da Série B no ano passado.
O próprio clube admite que esperava média de público maior após ser bicampeão pernambucano na casa do rival Sport, conquistar o título inédito da Copa do Nordeste e começar bem as primeiras rodadas do Brasileirão – no qual Grafite é artilheiro com 7 gols. Mesmo com público aquém do esperado, o Santa é o sétimo time que mais leva gente aos seus jogos, ficando atrás somente de seis dos 12 clubes de maiores torcidas do país.
“Realmente, está abaixo [o público]. A gente tem sentido essa baixa da média”, admitiu o vice-presidente do clube, Constantino Junior, ao UOL Esporte. “A expectativa é de que fosse maior, pela campanha que o Santa Cruz vem fazendo e conquistas alcançadas neste ano.”
“Mas não é um fenômeno único da nossa torcida, é da grande maioria dos clubes. Tem uma série de fatores que combinam para a diminuição de público: os horários dos jogos, a violência, a crise econômica”, explicou o dirigente. Segundo ele, a diretoria do Santa vem discutindo o fenômeno para minimizar esse impacto.
Apesar da decepção com a média de público, o vice-presidente do Santa não acredita na tese de “masoquismo” – prazer no sofrimento, em síntese – do torcedor coral. Embora o clube tenha médias maiores em divisões inferiores.
“Não acredito [em masoquismo do torcedor]. Quem abraça no momento ruim não deixa de abraçar no momento bom”, opinou Constantino Junior.
“Não minimizo a paixão do torcedor do Santa, que é imensurável. Ele abraça em todos os momentos. São torcedores muito apaixonados, não só em média de público, mas da forma como se relaciona com o clube, como lida com a causa do Santa”, completou vice-presidente, que destacou o plano de sócio-torcedor e a Timemania como meios que o clube vem apostando de levar mais gente ao Arruda.
Campanha financeira com Grafite de garoto-propaganda
A expectativa no Santa Cruz no aumento de público é tamanha que o clube lançou campanha financeira e de marketing a fim de lotar o Arruda contra o Flamengo, nesta quarta-feira (22), pela décima rodada do Brasileirão.
Com a frase “Amor é Escolha” e Grafite de garoto-propaganda, o Santa vem fazendo campanha com memes e vídeos em suas redes sociais e espalhou até outdoors pelo Recife convocando sua torcida para encher o Arruda. Houve também promoção no preço dos ingressos em caso de compra antecipada.
É fácil entender o eixo da campanha, uma vez que Grafite, mesmo tendo proposta mais interessantes sob o aspecto financeiro, escolheu renovar contrato com Santa até 2017. Neste caso, por amor ao clube que o abraçou como ídolo, escolheu ficar na cidade pela qual se apaixonou.
Segundo o vice-presidente Constantino Junior, o Santa espera de 20 a 25 mil pagantes contra o Flamengo nesta quarta no Arruda. A conferir - mas será um bom começo para o Santinha mostrar que é “O Mais Querido” e tem “A Torcida Mais Apaixonada do Brasil” também na elite do futebol nacional.
Médias de público do Santa Cruz
Série D em 2011: 36.916
Série C em 2013: 27.508
Série B em 2015: 13.268
Pernambucano em 2016: 15.046
Série A em 2016: 14.301
Melhores médias de público do Brasileirão-16
1 – Corinthians: 31.799
2 – Palmeiras: 30.906
3 – Flamengo: 19.336
4 - Internacional: 18.109
5 – São Paulo: 15.531
6 – Cruzeiro: 15.096
7 – Santa Cruz: 14.301
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