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'Eu vi a morte chegando', diz Grosjean após sobreviver a acidente na F-1

Grosjean publicou foto no hospital um dia após grave acidente na Fórmula 1 - Reprodução/Instagram
Grosjean publicou foto no hospital um dia após grave acidente na Fórmula 1 Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

01/12/2020 10h18Atualizada em 01/12/2020 17h02

Após sobreviver a um acidente inacreditável no Grande Prêmio de Fórmula 1 em Bahrein no último domingo, o francês Romain Grosjean, piloto da Haas, disse em uma entrevista que 'viu a morte chegando' entre as chamas. O carro de Grosjean partiu ao meio e explodiu, deixando o piloto impotente em meio às chamas. Graças ao uniforme da F-1, que resiste a uma temperatura de até mil graus célsius, ele sobreviveu com apenas algumas queimaduras nas mãos e no tornozelo.

"Não sei se a palavra milagre existe ou se pode ser usada, mas em qualquer caso, eu diria que não era minha hora [de morrer]", disse Grosjean à emissora francesa TF1.

Pareceu muito mais que 28 segundos. Vejo meu visor ficando todo laranja, vejo as chamas no lado esquerdo do carro.

"Pensei em muitas coisas, incluindo Niki Lauda, e pensei que não era possível acabar assim, não agora. Não consegui terminar minha história na Fórmula 1 assim", contou o piloto.

Pelos filhos

Grosjean e a mulher contaram que o filho mais novo acredita que possui poderes mágicos e que protege o pai com um campo de força de amor. "O meu mais velho, Sacha, de sete anos, é mais racional, tenta compreender".

"E então, pelos meus filhos, disse a mim mesmo que tinha de sair. Coloquei as mãos no fogo, por isso senti claramente que queimava nos chassis. Eu saí, senti alguém me puxando, então eu sabia que estava fora [do fogo]."

Trabalho psicológico

Depois de sobreviver a essa situação de quase morte, o piloto entende que precisará de acompanhamento psicológico para superar o trauma e voltar a competir pela F-1.

"Acho que terei algum trabalho psicológico para fazer, porque eu realmente vi a morte chegando. Mesmo em Hollywood, não somos capazes de fazer imagens como essa. É o maior acidente que já vi na minha vida", afirmou.

O carro pegando fogo, explodindo e a bateria que explodiu em chamas também, então adicionou muita energia ao impacto.

Nasceu de novo

"Eu diria que existe uma sensação de felicidade por estar vivo, de ver as coisas de forma diferente. Mas também há a necessidade de voltar ao carro, se possível em Abu Dhabi, para terminar minha história com a Fórmula 1 de uma forma diferente", disse Grosjean.

Foi quase como um segundo nascimento. Sair das chamas naquele dia é algo que vai marcar a minha vida para sempre.

"Tenho muitas pessoas que me mostraram amor e isso me tocou muito, e às vezes fico com os olhos um pouco marejados", continuou.

O resgate

Brasileiro ganhou vaga na equipe

Ainda em processo de recuperação das queimaduras sofridas no acidente, Grosjean não poderá correr no próximo domingo, no GP do Sakhir, no mesmo circuito do Bahrein, mas em um traçado diferente da última prova. Em seu lugar a Haas escalou o brasileiro Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi.

Assim, o Brasil terá um piloto correndo na Fórmula 1 pela primeira vez desde que Felipe Massa deixou a categoria, no final de 2017. Mas a expectativa é que Grosjean seja liberado para a última corrida da temporada, em Abu Dhabi, no dia 13 de dezembro.

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