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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Os 10 pecados de VP no Corinthians

Vítor Pereira vai embora após uma temporada comum, sem título e com muitos erros - Reprodução/YouTube
Vítor Pereira vai embora após uma temporada comum, sem título e com muitos erros Imagem: Reprodução/YouTube

Colunista do UOL

14/11/2022 09h51Atualizada em 14/11/2022 15h28

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O treinador Vítor Pereira e sua numerosa e caríssima comissão técnica deixam o Corinthians após uma temporada em que a equipe, à Sylvinho Curso Uefa, não ganhou absolutamente nada além da vaga à fase de grupos da Libertadores.

Os números são, com muita boa vontade, medíocres: 64 jogos, 26 vitórias, 21 empates, 17 derrotas, um aproveitamento de 51,6%. Foram 75 gols anotados (1,2 por jogo) e 57 tentos sofridos (0,9 em média).

Ainda assim, é inegável que o time chegou ao final do ano melhor que começou e, pois, o trabalho deu sinais de melhoras, mas nada que justifique rasgados elogios ou sentimento de luto com o fim do ciclo.

Observado com lupa e extrema boa vontade, teve alguns aspectos positivos, sim, mas, como é gigantesco o fã-clube passa-panista travestido de mídia, registremos aqui 10 pecados da passagem regular para mediana de VP.

Os 10 (maiores) pecados de VP no Corinthians

1) "Você sabe o quanto de dinheiro eu tenho no banco?"

A declaração arrogante, elitista, desrespeitosa e absurda dada após (mais uma) derrota para o Palmeiras, em 13 de agosto, na Neo Química Arena foi o pior momento de Vítor Pereira no comando do Corinthians. Embora alguns pereiristas fanáticos tenham passado pano, a resposta de VP foi tão asquerosa que o próprio reconheceu o erro crasso e, cobrado pela torcida, veio a público pedir desculpas.

2) "Eu também queria treinar o Liverpool, mas não posso. Se você perguntar para mim, eu ia correndo treinar o Liverpool. Com todo respeito ao Corinthians, mas o Liverpool é o Liverpool."

Após empatar em 1 a 1 com o São Paulo na Neo Química Arena, em 22 de maio, VP diminuiu o Corinthians e deixou claro que estava aqui porque não foi convidado para trabalhar em mercados e, em sua visão, times maiores. Depois, pressionado pela torcida, apesar da fracassada tentativa da mídia-tiete em passar pano, se desculpou com quem se sentiu ofendido e blá-blá-blá...

3) 0% em Dérbis

Apesar do discurso que sabe o que é clássico por ter disputado em outros países, VP apanhou em todos os 3 clássicos que fez contra o Palmeiras. No Paulistão, atuando com a equipe que podia; no Brasileiro, de forma absurda, burra e inaceitável, poupando forças. Não se poupa em Dérbi sob nenhuma hipótese!

4) Eliminação para o São Paulo no Paulistão

Além de não vencer o Tricolor no ano (dois empates e duas derrotas), VP conseguiu a façanha de comandar o Corinthians na ÚNICA eliminação para o São Paulo em mata-matas em todo o milênio. Agora, no milênio, de 2001 para cá, o placar aponta 9 a 1 para o Corinthians em mata-matas majestosos.

5) Cantillo não é 5

Que o Flamengo, que acabaria campeão da América, era favorito contra o Corinthians ninguém dizia ao contrário. Agora, como ficou claro depois na Copa do Brasil, teria disputa e equilíbrio se VP não tivesse acabado com qualquer possibilidade com uma escalação completamente imbecil na ida. O treinador teve a pachorra de escalar Cantillo (que não é, nunca foi nem nunca será volante) de 5, deixou Fábio Santos na reserva de Piton (é o fim do mundo) e ainda, quando colocou Róger Guedes em campo, o fez de 9 e deslocou Yuri Alberto para a ponta: é o apocalipse now redux coming soon! Agora, que VP se foi, também é hora de o Corinthians dar adeus ao fraquíssimo colombiano, herança da bizarra passagem de Tiago´n´Roll Nunes: viva a memória!

6) Róger e Yuri Alberto não podem jogar juntos?!

Da série "viva a memória", ao perder de 2 a 0 do fraquíssimo Atlético-GO, no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, VP sentenciou que Yuri Alberto e Róger Guedes não podiam jogar juntos. O veredicto, de tão absurdo, foi ignorado pelo próprio treinador, que, na sequência, após Willian vazar, fixou a dupla na sua formação titular!

7) Falso poupar e surpresas frequentes

Erros crassos de VP que foram cometidos de forma reiterada na temporada, especialmente no Brasileiro, foram o falso poupar. Em diversas oportunidades, o treinador escalou um time ridículo e, quando colocou os titulares, foi tarde, perdendo os pontos e, na prática, desgastando os atletas da mesma forma com as viagens e deslocamentos: a derrota em Cuiabá é um ótimo exemplo. Também no Brasileiro, com muita frequência após derrotas e empates, foi comum VP se mostrar surpreso com a escalação e a estratégia adversárias.

8) Carille fez muito mais com muito menos

Se, com o fraquíssimo Sylvinho Curso Uefa, o Corinthians, com um time muito inferior ao atual, terminou em 5º e conseguiu a mesma vaga direta na fase de grupos da Libertadores que obteve agora sob o comando de Vítor Pereira, é preciso lembrar que em 2017, sob o comando de Carille, o Corinthians, tratado como a quarta força ESTADUAL (agora, era a quarta força nacional, só atrás de Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG), conquistou o título brasileiro superando adversários mais fortes e mais ricos.

9) Mano Menezes fez mais com menos

Com um time e elenco piores e muito mais barato, Mano Menezes, o inimigo de Roberto Andrade, fez mais com o Internacional no Brasileirão, levando o Colorado ao vicecampeonato.

10) Rafael Ramos é o armagedon!

O elenco corinthiano é caro, desequilibrado e mal montado por culpa da diretoria alvinegra. VP herdou, não montou o elenco! Dito isso, é preciso registrar a sua bizarra participação na indicação do horroroso Rafael Ramos, um dos mais fracos laterais direitos da história alvinegra. E estou falando apenas das quatro linhas, sem considerar o episódio em que o português é acusado de racismo pelo colorado Edenilson.

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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