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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

As meias-verdades de Abel Ferreira sobre a justa classificação são-paulina

Abel Ferreira, para ser ainda mais vencedor, tem que aprender a perder e respeitar o vencedor - WANDERSON OLIVEIRA/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
Abel Ferreira, para ser ainda mais vencedor, tem que aprender a perder e respeitar o vencedor Imagem: WANDERSON OLIVEIRA/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

15/07/2022 04h00Atualizada em 15/07/2022 18h26

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Abel Ferreira, atual bicampeão da América, é, hoje, o melhor treinador em atividade no futebol brasileiro e, na pior das hipóteses, está entre os cinco maiores técnicos de toda a centenária e vitoriosa história da Sociedade Esportiva Palmeiras. No meu ranking, está no topo da lista, mas, como é algo geracional, no mínimo, está na mesma prateleira de Felipão, Luxemburgo, Filpo Nuñez e Oswaldo Brandão

Dito isso, a sua entrevista coletiva, após ser eliminado nas penalidades para o São Paulo, foi um show de egocentrismo, meias-verdades e uma aula de como não se deve se comportar em uma derrota.

O vencedor Rogério Ceni, tantas vezes (merecidamente) criticado por não admitir os erros, não teria feito pior se o final fosse ao contrário. Como aqui não sofremos nem de pachequismo nem de xenofobia (nem posso ser acusado de ser são-paulino ou palmeirense), pau que dá em Chico se dá também em Francisco, ô, pá.

Vamos lá:

Abel Ferreira disse que o time jogou melhor e merecia a vaga nos 90 minutos. Verdade. Faltou, no entanto, lembrar que, no Morumbi, o São Paulo também foi muito superior e o 1 a 0, na ida, também ficou barato.

Abel disse que no futebol tem o fator sorte e que nem sempre quem constrói para vencer sai com o resultado. É verdade. Mas eu não lembro de ele ter dito o mesmo após eliminar o Atlético-MG nas semifinais da última Libertadores após jogar 180 minutos retrancados e ter passado pelo critério do gol como visitante porque o adversário perdeu um pênalti no confronto.

ATUALIZAÇÃO: Em entrevista exclusiva à Conmebol publicada em 22 de novembro de 2021l, Abel admitiu, sim, que teve sorte. Não foi em entrevista coletiva após o jogo como contra o São Paulo, nem com a mesma ênfase e destaque, mas Abel, reconheceu: "A verdade é que há sinais. Quando o Hulk perde o pênalti, fiz questão de dizer isso aos meus jogadores. Isso é um sinal, vai dar para nós. No segundo jogo, sabendo que teriam torcedores, eu sabia que o lado emocional funcionaria. [..] O futebol ainda é um jogo, e no jogo você precisa do fator sorte. O futebol não é matemática, não ganha quem gasta mais dinheiro. Normalmente, ganha no futebol quem tem a melhor equipe, quem é mais consistente", disse Abel na ocasião.

Abel disse que não tem como explicar como o melhor batedor (Raphael Veiga) perdeu duas vezes. Ele também não explicou por que seu time perdeu a quinta decisão consecutiva por penalidades.

Em suma, Abel não falou nenhuma mentira. O que chamou a atenção foi o duplo padrão. O Palmeiras também vence, como foi eliminado agora, jogando menos, com sorte e erros rivais. A banca paga, a banca recebe.

Em relação aos pênaltis e ao questionamento ao VAR, quem me acompanha sabe que aqui não sofremos de indignação seletiva: o VAR é sempre um lixo! E, particularmente, como Vuaden, não teria marcado nenhum dos dois pênaltis, nem o desperdiçado por Veiga, nem o convertido por Luciano. E, ao contrário de Vuaden, teria dado uma banana para o VAR nos dois lances.

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

Veja:

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