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Vitor Guedes

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Timão não se poupa da humilhação, cai de 4 e joga Brasileirão no lixo

Colunista do UOL

02/07/2022 18h24Atualizada em 03/07/2022 09h46

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Fluminense 4 x 0 Corinthians é o resultado de um time que entrou em campo para ganhar contra outro, que, mal montado, pessimamente escalado e falsamente poupado, entrou para apanhar de pouco e não conseguiu: o Fluminense goleou e ambos tiveram o que mereceram!

O Corinthians iniciou o jogo na condição de vice-líder e a três pontos do maior rival, mas pensando muito mais na terça-feira, quando decidirá na Bombonera passagem às quartas da Libertadores do que no Brasileirão. Não havia a menor possibilidade de o Timão arrancar um empate que fosse com a escalação fraquíssima, improvisada e desestruturada taticamente levada a campo por Vítor Pereira.

Para além dos muitos desfalques médicos e disciplinares, VP, por decisão pessoal, jamais ponderada ou questionada pela subserviente diretoria, poupou Róger Guedes, Giuliano, Fábio Santos, Adson e Mantuan, que, do banco, viram o Fluminense decidir o jogo no primeiro tempo com facilidade e naturalidade previsíveis e constrangedoras.

A verdade é que, a exemplo da derrota para o Cuiabá e do 0 a 0 com o Santos, a comissão técnica preferiu abrir mão dos pontos de um torneio de pontos corridos para apostar tudo nas copas. Se a estratégia foi certa e bem-sucedida, saberemos na terça: se o Corinthians eliminar o Boca Juniors, tudo certo. Caso contrário, terá sido um óbvio e irrecuperável desperdício.

O jogo? Foi um coletivo para o Fluminense. Enfraquecido, o misto frio profissional do Corinthians (ou o sub-20 reforçado com alguns profissionais) teve uma boa chance de pular à frente com Júnior Moraes, mas foi sói. No meio do bobinho do Fluminense de Fernando Diniz, o Timão não resistiu 15 minutos. Após escanteio, a defesa ficou olhando, e Manoel subiu sozinho para fazer valer a lei do ex. Cano, em outro cruzamento que a defesa alvinegra ficou contemplando, ampliou: 2 a 0 ficou barato tamanha a facilidade tricolor.

O 5-4-1 de VP foi uma colcha de retalhos de tecidos que não combinam entre si. A linha de 5 com o zagueiro Bruno Méndez fazendo a lateral direita, Bambu, Robert e Bruno Melo na trinca de beques e Piton na ala esquerda foi um convite ao prazer; Cantillo e Xaviier, na cabeça de área, não marcaram ninguém nem conseguiram dar qualidade na saída; os garotos Biro, aberto pela direita, e Giovane, aberto pela esquerda, foram engolidos. No ataque, Júnior Moraes: em tempo, quem indicou e aprovou a contratação do veterano Júnior Moraes deveria ser expulso do departamento de futebol por justa causa.

Sem qualidade para trocar passes no meio e sem velocidade para contra-atacar, o Corinthians não tinha como atacar e, com a defesa mal montada, não tinha como segurar o 0 a 0. Nem sempre o futebol é imprevisível: quando as escalações foram confirmadas, a única dúvida era de quanto seria a vitória do Flu.

Com a derrota já sacramentada, VP, o homem da falsa poupada, repetiu a estratégia fracassada da derrota ridícula para o Cuiabá e do 0 a0 mequetrefe com o Santos e voltou para o segundo tempo com Mantuan e Fábio Santos nos lugares de Bruno Méndez e Piton. E, logo na sequência, Giuliano e Róger Guedes substituíram, respectivamente, os inexistentes Cantillo e Júnior Moraes. O estreante Biro também cedeu a vez a Adson.

É óbvio que, se era para utilizar esses jogadores (e claro que era porque é absurdo o vice-líder abrir do campeonato e abrir o caminho para o líder, que é o maior rival), fazia muito mais sentido ter começado com eles e não colocá-los em campo quando a derrota já estava sacramentada. Na prática, os jogadores não foram poupados da viagem, da concentração e, pior, participaram também da derrota do jogo e se desgastaram quando já não tinham como fazer diferença no placar. Coisa de gênio!

Mesmo sem se esforçar muito nem acelerar, de forma natural, quase instintiva, o Flu transformou o treino em goleada com Cano, 3 a 0. E ainda deu termpo para Fred, contando os minutos para aposentadoria, entrar e assinar o 4 a 0.

Resultadaço tricolor, vexame corinthiano!

Agora, VP tem uma única saída para justificar a estratégia: eliminar o Boca Juniors, o time do bastidor azul e "Amarilla", dentro da Bombonera. E a diretoria (que deu para ele Bambu, Júnior Moraes, Bruno Melo e achou que fazia sentido liberar Ederson porque Xavier pedia passagem), ao terceirizar toda a responsabilidade ao treinador, é sócia do sucesso ou do fracasso!

É terça-feira!

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL! É nóis no UOL!

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