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Tales Torraga

REPORTAGEM

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Superlotação de Boca e River alarma os brasileiros na Libertadores desde já

Superlotação do Monumental de Núñez gerou cenas chocantes na Argentina - Reprodução Twitter
Superlotação do Monumental de Núñez gerou cenas chocantes na Argentina Imagem: Reprodução Twitter

Colunista do UOL

14/02/2023 08h46

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O que Boca Juniors e River Plate têm em comum? Os dois mais fortes rivais dos clubes brasileiros na Libertadores da América estão agora na mira da Justiça da Argentina pela superlotação em seus estádios.

Se tal problema vem ocorrendo agora, em fevereiro, nas primeiras rodadas do Campeonato Argentino, faz total sentido imaginar que os mata-matas da Libertadores, principalmente contra os brasileiros, também devem ter os perigosos "caldeirões" que caracterizam o inflamado (e cronicamente desorganizado) futebol argentino.

Dois exemplos graves ocorreram na Libertadores do ano passado: os torcedores do Corinthians presos do lado de fora da Bombonera e o massacre dos visitantes em Vélez Sarsfield x Talleres, pelas quartas de final, no Estádio José Amalfitani.

Além de Boca e River, outros quatro argentinos jogam a Libertadores deste ano: Racing, Patronato, Argentinos Juniors e Huracán, que precisa superar o mata-mata antes da fase de grupos.

Convém, aos brasileiros participantes —Flamengo, Palmeiras, Internacional, Fluminense, Corinthians, Athletico, Atlético-MG e Fortaleza—, um minucioso estudo dos quesitos de segurança e muita conversa desde já, tanto entre si como nas reuniões com a Conmebol, especialmente pelos torcedores visitantes.

Tempo para isso, há. O sorteio da fase de grupos será em 22 de março.

boc - Reprodução TV - Reprodução TV
Torcedor do Boca ficou ferido ao cair de tribuna superlotada na Bombonera
Imagem: Reprodução TV

O que ocorre hoje na Argentina

Os órgãos de segurança de Buenos Aires investigam uma prática tão constante quanto triste na capital do país vizinho: os clubes superlotarem seus estádios para lucrar mais que o permitido.

É o que os fiscais da UFEEM (Unividade Fiscal Especializada em Eventos Massivos) averiguam com o River e com a Polícia Federal a respeito da reabertura, no último domingo (12), do ampliado Monumental de Núñez, agora maior estádio da América do Sul, com 83.198 lugares.

O River informou, ao jornal "Clarín" de hoje, que os dados oficiais estão à disposição, e que a investigação não tem argumentos para avançar.

O problema ocorrido no Monumental foi visto também na Bombonera na rodada de abertura do Campeonato Argentino, no 1 a 0 do Boca sobre o Atlético Tucumán, há duas semanas.

Novas imagens sugerindo superlotação foram registradas, com violentos confrontos entre torcedores e policiais nos arredores do estádio.

O Corpo de Investigações Judiciais do Ministério Público Fiscal (CIJ) e a Agência Governamental de Controle (AGC) agiram rápido e simplesmente interditaram o setor mais crítico, a Tribuna Superior Sul, que ficou completamente vazia no último jogo do Boca em casa, o 0 a 0 com o Central Córdoba, pela segunda rodada do Argentino, há nove dias.

Os dois órgãos agora têm uma reunião prevista com o Boca nesta semana para definir as questões pendentes de segurança para determinar se liberam o espaço ou não.