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IA: atuação de Djokovic na decisão do Finals foi a melhor da ATP em 2023

Ninguém fez uma partida melhor do que Novak Djokovic nos torneios organizados pela ATP em 2023. É isto que aponta o Performance Rating do tênis masculino, uma avaliação calculada por uma inteligência artificial que analisa quatro quesitos primários: a qualidade dos golpes, a porcentagem de golpes executados no ataque, a eficiência ofensiva (sua capacidade de vencer pontos no ataque) e a eficiência defensiva (a capacidade de vencer pontos mesmo depois de assumir uma postura defensiva durante o ponto).

O atual número 1 do mundo teve nota 9,75 na final deste domingo, quando derrotou o italiano Jannik Sinner por 6/3 e 6/3 na decisão do ATP Finals. A atuação supera uma apresentação do próprio Sinner (9,63 contra Rublev no Masters 1000 de Miami), que caiu para o segundo lugar da temporada. Djokovic ainda teve outra partida no top 5: a semifinal desta semana, contra Carlos Alcaraz, em que registrou 9,59 no Performance Rating. Vejam o top 5 completo no tweet abaixo. A nota média do circuito é 7,49.

Há muito a destacar na atuação de Djokovic nesta final, mas a direita, o saque e as devoluções fizeram diferença em especial. Segundo a inteligência artificial da ATP, o veterano de 36 anos teve 9,6 de qualidade na direita, 9,4 no serviço e 8,9 nas devoluções. Segundo o gráfico abaixo, é possível ver ainda que Nole passou apenas 22% do tempo no ataque, mas anotou 78% no conversion score, que registra os pontos vencidos em que o tenista tomou a dianteira nas trocas de bola. O sérvio também teve 45% no steal score, o quesito que aponta os pontos vencidos saindo de postura defensiva.

Vale apenas uma ressalva: por seu um índice da ATP, o Performance Rating é medido apenas em torneios organizados pela entidade. Não entram na conta jogos de slam (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open), Laver Cup ou Copa Davis, por exemplo.

Coisas que eu acho que acho:

- Não que faça tanta diferença assim (o ATP Finals não está na primeira prateleira em termos de importância ou prioridade no circuito), mas Djokovic completa, com a conquista em Turim, mais uma temporada fantástica - até mesmo para os seus altíssimos padrões. Com 36 anos, encerra 2023 com 55 vitórias e seis derrotas; três títulos de slam (e quatro finais alcançadas); mais uma conquista no ATP Finals; dois troféus de Masters 1000; e três vitórias em quatro jogos sobre Carlos Alcaraz, que assumiu o posto de principal desafiante diante da ausência de Rafael Nadal e da aposentadoria de Roger Federer.

- E Djokovic fez isso tudo sem disputar os Masters de Indian Wells e Miami, quando os Estados Unidos ainda exigiam certificado de vacinação contra covid a todos estrangeiros que quisessem entrar no país.

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- Talvez mais importante ainda seja o fato de que Djokovic deu pouquíssimos sinais (ou nenhum?) de declínio físico. Houve a lesão na Austrália (da qual ele se recuperou assustadoramente no meio do torneio) e um ou outro probleminha aqui e ali, mas sua movimentação continua impressionante e seus golpes não perderam potência ou spin. Se nenhum dos next-next-next-gen der um passo adiante, Nole pode passear de novo em 2024.

- Som de hoje no meu Kuba Disco: River (Daisy Jones and the Six). Sim, mais uma da série porque a lista de faixas é apaixonante.

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