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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Gol de Messi pode ressuscitar a Argentina do pré-Copa

Colunista do UOL

26/11/2022 17h57

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A Argentina chegou ao Mundial do Qatar como uma das grandes favoritas. Não perdia há 36 jogos e apresentava um futebol vistoso. Quando a bola rolou no Oriente Médio, porém, as coisas não fluíram bem. A derrota para a Arábia Saudita na estreia fez o time entrar em campo muito pressionado diante do México, quando mais uma vez não jogou bem, mas pode reencontrar a tranquilidade e o bom caminho a partir de um gol salvador de Lionel Messi.

Lionel Scaloni fez cinco mexidas em relação ao time que estreou. Molina, Cristian Romero, Tagliafico, Paredes e Papu Gómez foram sacados para as entradas de Montiel, Lisandro Martinez, Marcos Acuña, Guido Rodriguez e Mac Allister. Já Gerardo ''Tatá'' Martino mudou o esquema tático mexicano. Araujo entrou na zaga e o atacante Henry Martin foi barrado. Kevin Álvarez e Guardado foram mais duas novidades.

Com os nervos a flor da pele, a Argentina mostrou-se desestabilizada no 1º tempo. Cometeu erros de trocas de passe nos primeiros minutos e isso se somou a boa marcação mexicana para anular o trabalho ofensivo da Albiceleste. Por mais que o time tricolor tenha recuado o bloco de marcação, os sul-americanos não criaram. Somente uma cabeçada de Lautaro Martinez levou relativo perigo antes do intervalo. Muito pouco.

Mac Allister tentou se aproximar de Guido Rodriguez e De Paul num movimento feito pelo lesionado Lo Celso, mas não conseguiu dar verticalidade aos passes. Messi também esteve discreto. Di Maria conseguiu elevar um pouco a criatividade ao deixar o lado direito em alguns momentos. O problema foi encontrar as conexões. Elas não aconteciam naturalmente. Um coletivo frágil para atacar, pouco aproximado.

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Como Argentina e México iniciaram o duelo válido pela 2ª rodada do Grupo C da Copa do Mundo 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

A zaga mexicana esteve muito bem na proteção de área e o meio-campo não deixou de pressionar a bola em nenhum instante. Tanto que o experiente Guardado não aguentou o ritmo do jogo e se lesionou. Erick Gutiérrez o substituiu aos 41'. Os atacantes também contribuíram bastante sem a bola.

Vega foi o jogador mexicano mais perigoso. Bateu uma falta no ângulo direito para a ótima defesa de Emiliano Martinez e puxou alguns bons contra-ataques no início da partida, mas isso não foi uma frequente, e as ligações diretas endereçadas a dupla de ataque não deram frutos. Vega e Lozano não possuem imposição física para isso. A Argentina fez boas transições defensivas também.

Enzo Fernandez entrou no lugar de Guido Rodriguez aos dez minutos de um 2º tempo que vinha tendo o mesmo enredo da 1ª etapa. Mas mesmo em meio a um caos coletivo, a Argentina tem dois jogadores como Messi e Di Maria. O camisa 10 recebeu do camisa 11 na entrada da área e bateu firme no canto de Ochoa para abrir o placar aos 18 minutos.

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Messi comemora seu gol pela Argentina contra o México, pela Copa do Mundo do Qatar
Imagem: Dan Mullan/Getty Images

Scaloni reforçou o sistema defensivo na sequência e os argentinos conseguiram se soltar. Por pouco não fizeram o segundo com Julián Alvarez, que entrou bem, e o próprio Messi. Enzo Fernandez foi outro a mostrar que pode ser titular. Além de fazer a bola circular com critérios e velocidade, marcou um lindo gol para fechar o ''caixão mexicano'' aos 41'. Defensivamente não comprometeu. Mostrou o caminho a Scaloni.

O México tentou pressionar no fim, mas não mostrou potencial criativo para fazer algo de relevante. Corre o sério risco de ficar de fora da fase eliminatória de Copa do Mundo, algo que aconteceu pela última vez em 1978. Participou de todas as edições de 1986 e sempre superou a fase de grupos.