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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Futebol do inofensivo Botafogo é preocupante há algum tempo

Colunista do UOL

10/07/2022 21h03

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São sete derrotas em dez jogos! O revés para o Cuiabá marcou nova atuação ruim do Glorioso. Nos últimos 50 dias, o desempenho foi positivo em apenas dois jogos: as vitórias contra São Paulo e Inter. O restante é de nível baixo e oscilações, mesmo quando o resultado é positivo, como contra o Bragantino. Num torneio nivelado, reagir logo é preciso. Caso contrário, lutar para não cair pode ser a realidade até o final do ano.

António Oliveira manteve Joaquim Henrique na zaga e Kelvin Osorio no meio. Alesson ganhou espaço na ponta-direita e Rodriguinho seguiu como o homem mais avançado da equipe. Já Luís Castro preteriu Kanu. Philipe Sampaio formou o trio de zaga com Carli e Cuesta. Lucas Piazon e Erison voltaram ao time. Lucas Fernandes foi mantido. Del Piage foi o substituto natural de Kayque.

O Cuiabá foi um time mais organizado que o Botafogo na 1ª etapa. Conseguiu encontrar as conexões entre os atletas com mais naturalidade. Mesmo criando pouco, fruto da baixa capacidade de infiltração e dos recuos de Rodriguinho, dominou as ações, circulou a bola e abriu o placar. Uendel aproveitou a posse recuperada por Kelvin Osorio e Rodrigiuinho na frente e bateu de longe. Gatito soltou Alesson marcou.

O Botafogo só levou relativo perigo em chute de Lucas Fernandes por cima da meta aos três minutos. Ele recebeu de Erison após um passe longo de Cuesta. Tirando isso o Glorioso foi extremamente lento na troca de passes. Burocrático. Sem movimentos coordenados no campo rival. Pouca capacidade de chegada na área. Somente Erison lutava entre os zagueiros, mas sem aproximação dos companheiros.

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Como Cuiabá e Botafogo começaram jogando o duelo válido pela 16ª rodada do Brasileirão 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

O time da casa tinha seus méritos. Mostrava-se concentrado e intenso. Compacto entre os setores. Mesmo empurrado pra trás nos últimos minutos, não cedeu chances ao Glorioso, e ainda levou perigo num contragolpe com Alesson pela direita. Outra jogada iniciada por Rodriguinho. O alvinegro não encaixava passes verticais em sua saída. Piazon e Lucas Fernandes não achavam formas de receber a bola.

Luis Castro foi conservador no intervalo. Sacou Del Piage e colocou Chay, recuando Lucas Fernandes. Manteve os três zagueiros de pouca participação efetiva com a bola, e perdeu força de marcação no meio-campo, setor em que o Cuiabá dominava e tinha superioridade numérica. O Botafogo teve a posse no campo de ataque, mas seguiu nulo na produção. Impressionante como não havia uma jogada combinada sequer.

A partir de duas ações individuais e isoladas de Daniel Borges pela direita, o alvinegro conseguiu incomodar, mas sem conseguir finalizar de fato. O Dourado, por sua vez, perdeu força de contra-ataque, e seguia tentando isolar sua própria área. As coisas pioraram para os visitantes com a justa expulsão de Hugo, aos 26', por entrada muito forte no tornozelo direito de João Lucas.

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Alesson, do Cuiabá, comemora seu gol contra o Botafogo no Brasileirão
Imagem: GIL GOMES/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Jeffinho havia acabado de entrar no lugar de Sampaio numa tentativa de tornar o Botafogo mais ofensivo, e até conseguiu uma boa jogada aos 33'. A finalização saiu fraca e Walter pegou. Erison, um pouco antes, também pecou no arremate ao receber de Lucas Piazon em profundidade.

O Cuiabá ainda teve um gol anulado nos últimos minutos. Igor Cariús marcou em impedimento. E o Glorioso não teve forças para reagir, principalmente porque teve mais um jogador expulso. Daniel Borges, aos 46', fez falta em André Luís como último homem e recebeu o segundo cartão amarelo. O próprio André Luís deu números finais ao jogo. Recebeu em profundidade de Rafael Gava e marcou na saída de Gatito.

Os três pontos tiraram o Cuiabá da zona de rebaixamento. Foi a segunda vitória seguida do time no Brasileirão. Desde que o técnico português António Oliveira assumiu, o time subiu de produção. Já o Botafogo, do também português Luís Castro não só estagnou. Nitidamente vem em regressão.