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Rodrigo Coutinho

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flu não repete bom 1º tempo e esbarra no retraído Santos

André, do Fluminense, disputa lance com Jhojan Julio, do Santos, durante partida no estádio Maracanã pelo Campeonato Brasileiro A  - THIAGO RIBEIRO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
André, do Fluminense, disputa lance com Jhojan Julio, do Santos, durante partida no estádio Maracanã pelo Campeonato Brasileiro A Imagem: THIAGO RIBEIRO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

09/04/2022 18h26

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A precisão de algumas vitórias conquistadas em 2022 faltou ao Fluminense na tarde deste sábado, no Maracanã, na partida de abertura do Brasileirão 2022. O Santos conseguiu segurar o empate sem gols, mas levou pouco perigo ao gol dos cariocas. Mesmo caindo de produção no 2º tempo, o Tricolor foi superior. Tem muito mais a lamentar, principalmente pelas chances desperdiçadas antes do intervalo.

Abel Braga manteve Manoel formando o trio de zaga com Nino e David Braz. Ganso ficou de fora e Nathan entrou em seu lugar para fazer a mesma função. Fechar o lado direito do meio-campo sem a bola e circular do flanco para o meio quando o time tinha a posse. No Peixe, Fabian Bustos reforçou o meio-campo com Willian Maranhão, Rodrigo Fernandez e Zanocelo. Jhojan Ricardo Goulart fez dupla com Marcos Leonardo. E Jhojan Julio estreou como o homem mais avançado do losango de meio.

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Como Fluminense e Santos iniciaram a partida de abertura do Brasileirão 2022
Imagem: Rodrigo Coutinho

O Fluminense repetiu grande parte do comportamento visto em diversos jogos desta temporada. Certa dificuldade de criar lances de perigo de maneira natural, mas muito volume, intensidade, concentração, e boas transições, tanto defensivas quanto ofensivas. Desta forma dominou os 45 minutos iniciais. Finalizou 14 vezes e teve 65% da posse bola, quase sempre na intermediária ofensiva. João Paulo e Maicon tiveram participações decisivas para o placar não se alterar.

Arias e Nathan ganharam liberdade de flutuação, principalmente nas costas do meio-campo santista, mas foram irregulares. Calegari e Cris Silva deram amplitude ao time e apresentaram agressividade. André e Yago Felipe trabalharam para circular a bola com velocidade pelo meio, e German Cano se movimentou de forma inteligente, foi sempre perigoso na área. Destacam-se também as boas participações do trio de zaga tricolor na iniciação das jogadas.

A partir de um passe de Nino, inclusive, Cano recebeu na área e foi travado por Maicon aos nove minutos. O argentino ainda levaria perigo em mais três ocasiões antes do intervalo. Obrigou João Paulo a fazer grande defesa aos 28', e perdeu chance muito clara aos 36'. A bola alçada na área em escanteios e faltas laterais foi outro ponto positivo dos cariocas. Nino, David Braz e Manoel se impuseram diante da defesa santista.

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Maicon fez boas intervenções e impediu que o Fluminense abrisse o placar no primeiro tempo.
Imagem: Divulgação/Santos

O Peixe até bloqueou bem a entrada da sua área, mas conseguiu fazer poucos desarmes para gerar contra-ataques e atender a estratégia adotada. Faltava velocidade e o contragolpe era feito com poucos jogadores. O time só criou uma chance de perigo. Zanocelo invadiu a área e chutou cruzado para Fábio fazer ótima defesa.

Em fase ofensiva, movimentava-se de forma confusa. Tinha Goulart e Julio com pouca mobilidade e previsíveis. Marcos Leonardo se mexia e lutava bastante, mas era insuficiente para gerar volume ofensivo alvinegro. Faltava também velocidade na circulação da bola e movimentos de infiltração na área. Zanocelo foi o único a atacar espaços em cima da última linha de defesa do Tricolor.

Visando melhorar a qualidade do passe na articulação das jogadas, Abel sacou corretamente Yago Felipe, que vinha mal, no intervalo. Nonato entrou em seu lugar. O ritmo do time não foi tão forte, natural pelas características diferentes dos atletas, e o Santos seguiu realizando uma boa marcação nas imediações da própria área. Maranhão, Fernandez e Zanocelo flutuavam rapidamente para fechar os espaços a medida que o Tricolor circulava a bola.

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João Paulo goleiro do Santos durante partida contra o Fluminense
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Nathan, outro que decepcionou, saiu aos 20' para a entrada de Luiz Henrique. Bustos reagiu com Angulo e Gabriel Pirani. Goulart e Jhojan Julio deixaram o gramado. O Peixe ganhava mais peso na dupla de ataque e tinha um meia de mais mobilidade na articulação. Mesmo com as mexidas, o jogo caiu bastante na 2ª etapa, e o Tricolor não passou nem perto de repetir a pressão vista em alguns momentos do 1º tempo.

Luiz Henrique ainda quase marcou um golaço em chute de fora da área aos 31', e Fred acertou a trave esquerda ao aproveitar belo passe do camisa 11. O Santos, por sua vez, repetiu os mesmos problemas vistos antes do intervalo. Foi um time nulo ofensivamente. Precisa ganhar mais equilíbrio na sequência do trabalho de Fabian Bustos. Já ao time da casa, faltou regularidade ao longo dos 90 minutos.