Vítor Pereira foi criticado em último trabalho e superou Jesus em Portugal

Perto de ser anunciado como novo técnico do Corinthians, Vítor Pereira, 53 anos, vem de passagem ruim pelo Fenerbahce, onde acabou criticado por torcida e imprensa local. Venceu só 44% das partidas e acabou demitido com 20 pontos de diferença para o líder do Campeonato Turco.

Por outro lado, o treinador tem bons trabalhos em pelo menos três países diferentes, além de ter superado Jorge Jesus na tabela de classificação ao longo do bicampeonato português do Porto, entre 2012 e 2013. Com títulos no currículo e personalidade, virou a aposta da diretoria corintiana para a sequência da temporada.

O Fenerbahce, um dos três maiores times da Turquia, demitiu Pereira em dezembro, quando estava na quinta colocação do torneio local. O treinador caiu após empate no clássico diante do Besiktas por 2 a 2. A demissão veio depois de algumas semanas de críticas.

Pereira empolgou no início, com 80% de aproveitamento ao vencer cinco jogos e empatar dois. Porém, a partir daí, a equipe caiu de produção e suas escolhas passaram a ser questionadas. Venceu só seis dos 18 jogos restantes, ficou a 20 pontos do líder e acabou cortado.

Segundo informações da imprensa turca, as críticas principais contra Pereira foram por causa da aposta em um esquema tático com três defensores, escolhendo um 3-5-2 questionado por jornalistas e torcedores locais. A preferência da maioria seria por um 4-4-2 mais tradicional ou uma equipe mais ofensiva.

Assim, o Fenerbahce de Vítor Pereira não teve boas estatísticas em campo, com posse de bola média foi de 53%, com 13 finalizações a favor — cinco delas corretas — e 11 contra, além de 17 desarmes, 15 faltas cometidas e 10 sofridas. O técnico não resistiu à pressão e foi mandado embora antes do fim do ano.

Só que essa foi sua segunda passagem pelo Fenerbahce. Na primeira, em 2015/16, teve 69% de aproveitamento, ao vencer 38 de 62 jogos e perder apenas nove. Não levantou nenhum troféu, mas havia deixado uma boa impressão, o que justificou seu retorno anos depois.

Vítor Pereira ainda tem experiência em atuar longe de Portugal em cinco países diferentes: além da Turquia, passou por Arábia Saudita, Grécia, Alemanha e China. Em dois deles, acabou campeão.

Primeiro, no Olympiacos, com a dobradinha de Campeonato Grego e Copa da Grécia na temporada 2014/15. Anos depois, no Shangai, levou o Campeonato Chinês de 2018 e a Supercopa da China de 2019, somando 67 vitórias em 114 partidas, com 26 empates e 21 derrotas.

Além, claro, de ótima passagem pelo Porto. Entre 2011 e 2013, foi bicampeão português, perdendo apenas um de 60 jogos nas duas temporadas — levou o troféu de forma invicta em 2012/13. Em ambas, inclusive, superou o Benfica, de Jorge Jesus. Nesta ocasião, o título veio com apenas um ponto de diferença, após vencer o clássico na penúltima rodada, em um dos mais emocionantes torneios portugueses dos últimos tempos. Ainda levou, no período, duas Supertaças de Portugal.

O técnico é tratado como um homem estudioso, que gosta de ver suas equipes pressionando os oponentes no campo do adversário, com defesas consistentes e priorizando o resultado em vez de espetáculos. Pelo Porto, no seu trabalho mais vitorioso até agora, por exemplo, foram 190 gols marcados (média superior a 2 por jogo) e 67 sofridos (0,63) em 93 jogos disputados.

O português é uma aposta da diretoria e tem mais conquistas que Luis Castro, que acabou preferindo o Botafogo. Se assinar, deve chegar após três semanas desde a demissão de Sylvinho, em 3 de fevereiro. Lá se foram três meses de trabalho perdidos, e o Corinthians segue distante do time ideal. Vai ter que torcer para que o novo técnico encaixe uma equipe antes do início da fase de grupos da Copa Libertadores. O torneio começa em abril.