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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Espanha e Alemanha fazem grande jogo, mas precisam de um "Pombo"

Morata se antecipa a zagueiro e abre o placar em Espanha x Alemanha pela Copa do Mundo - Catherine Ivill/Getty Images
Morata se antecipa a zagueiro e abre o placar em Espanha x Alemanha pela Copa do Mundo Imagem: Catherine Ivill/Getty Images

Colunista do UOL Esporte

27/11/2022 18h35

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As expectativas por um grande jogo, desde o sorteio da Copa do Mundo, foram correspondidas. O único confronto entre campeãs na fase de grupos.

Duelo tático por posse, espaços e pressão. Espanha mantendo a base da formação da ótima atuação contra a Costa Rica, só voltando com o titular Carvajal na vaga de Azpilicueta, mas com um revezamento de Asensio e Dani Olmo no centro do ataque e pela esquerda no 4-3-3 dinâmico de Luis Enrique.

Hans-Dieter Flick tentou resolver o dilema no meio-campo, atendendo Kimmich com a entrada de Goretzka, porém mantendo Gundogan em um 4-3-3 que adiantou Muller como centroavante e abriu Gnabry e Musiala nas pontas. Süle voltou à zaga, mas a dinâmica atrás seguia a mesma: Kehrer mais contido à direita e Raum liberado para atacar do lado oposto.

Espanha melhor, mais confiante e organizada. Faltava, porém, a contundência dos 7 a 0 na estreia. Natural, já que enfrentava Neuer e defensores mais qualificados. A Alemanha nem tentou duelar pelo controle da posse e buscou pressão e rápidas transições. Ficou desconfortável.

O segundo tempo começou a mudar quando Morata entrou na vaga de Ferran Torres. A Espanha perdeu fluência e controle, mas ganhou presença de área e faro de gol. Abriu o placar, mas depois o jogo ficou perigosamente mais direto.

A Alemanha respondeu com Sané na vaga de Gundogan, voltando ao 4-2-3-1, e depois Fullkrug no lugar de Muller. Musiala, infinitamente mais talentoso, perdeu diante de Simón. Já o camisa nove, típico centroavante do Werder Bremen, peça fundamental, aos 29 anos, na volta do clube à primeira divisão alemã, não perdoou e empatou.

A disputa ficou mais eletrizante e divertida, porém menos qualificada. Porque Morata e Fullkrug são importantes para situações específicas. As que o jogo pediu. O ideal seria ter um goleador que participe mais e melhor do jogo coletivo.

Tite conta com Richarlison, o "Pombo". Já é uma baita vantagem, o que não garante nada em um hipotético confronto da seleção brasileira com Espanha ou Alemanha no futuro.

Aliás, as chances das favoritas se classificarem aumentaram consideravelmente depois da surpreendente vitória da Costa Rica sobre o Japão. A Espanha só depende de si. Os alemães precisam fazer sua parte contra a Costa Rica e torcer pela "Roja" contra os japoneses.

A disputa no grupo, porém, está abertíssima. Convém não dar sopa para a "zebra". Se precisarem de gols, e não muito mais que isso, devem chamar novamente seus centroavantes de pouco refino, mas que podem tirar as seleções do sufoco.