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Palmeiras vai disputar título ou está criando "gordura" para o G-4?
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Desde o jogo contra o Al Ahly pela semifinal do Mundial de Clubes, o Palmeiras encontrou uma solução para furar defesas fechadas.
Adianta e pressiona a marcação e acelera assim que rouba a bola, chegando com o máximo possível de jogadores à área adversária. Adicionou o recurso à força no jogo aéreo com bolas paradas e os dribles de Dudu bem aberto como ponta pela direita.
Assim nem precisou do lesionado Raphael Veiga, mas contou com o retorno dos que estavam na seleção, para amassar o Botafogo em um 4 a 0 que poderia ter virado goleada histórica no Allianz Parque. Atuação inspirada de Gustavo Scarpa e golaço de Wesley para coroar a bela atuação que coloca o time na liderança.
Com 14 finalizações, todas de dentro da área adversária, seis no alvo e quatro nas redes. Contundente como não foi no empate sem gols com o Atlético Mineiro, que levou cinco do Fluminense de Fernando Diniz.
O topo da tabela e a impressão de que o atual bicampeão sul-americano está sobrando no país traz uma boa e uma má notícia para o treinador Abel Ferreira:
A boa é que o discurso "contra tudo e contra todos" que gruda fácil na mente de qualquer torcedor, inclusive o alviverde, ganha sentido e será possível mobilizar todo mundo para a competição por pontos corridos. É o time a ser batido.
A má é que, com o favoritismo, o mote "Davi x Golias" que o português cria nos grandes jogos fica esvaziado. Agora o Palmeiras é o "Golias" e isso significa mais dedicação e estudo dos rivais, inclusive para tentar anular essas novas armas ofensivas de um trabalho que amadureceu, ganhou confiança pelos títulos e naturalmente ampliou seu repertório.
Até pelo maior entrosamento de um time definido, em que o coletivo forte potencializa as individualidades, incluindo os reservas, e poderá adicionar com mais tranquilidade quem já foi e ainda será contratado.
Mas uma grande questão segue viva, projetando a sequência da temporada: o Palmeiras vai manter o foco no Brasileiro quando chegarem os grandes confrontos de mata-mata?
Na Copa do Brasil, já um Choque-Rei com o São Paulo, trazendo todas as lembranças recentes, boas para o time de Abel, mas que terá como resposta a sede de revanche do outro lado para endurecer o clássico em 180 minutos. Na Libertadores, um provável novo duelo com o Galo nas quartas, em cenário parecido, já que a equipe paulista tirou o campeão brasileiro e da Copa do Brasil da grande decisão continental.
Como será a postura? O planejamento é vencer agora justamente para criar uma "gordura" e administrar um G-4, tentando um "sprint" para o título, se tudo der errado nos duelos eliminatórios que virão? Ou o objetivo real é a taça, para fechar o ciclo de conquistas e tornar o período ainda mais histórico?
Na coletiva pós-jogo, Abel Ferreira deixou nas entrelinhas a a razão de sua "aversão" aos pontos corridos: falou e reforçou que faltam 28 rodadas. "É muito tempo", insistiu. De fato, dá trabalho. Requer mobilização permanente, ou inteligência para matar os jogos fáceis, como o Palmeiras aniquilou o Botafogo em casa com bela exibição.
O comportamento do melhor time do Brasil na temporada até aqui desperta curiosidade. Potencial para buscar a "quádrupla coroa" não falta. Vejamos se haverá interesse ou a escolha dos torneios com menos partidas.
(Estatísticas: SofaScore)
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