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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Luis Díaz tira o Liverpool do buraco e coloca na final da Champions

Luis Díaz encara a marcação durante Villarreal x Liverpool pela Liga dos Campeões 2021-22 - Eric Alonso/Getty Images
Luis Díaz encara a marcação durante Villarreal x Liverpool pela Liga dos Campeões 2021-22 Imagem: Eric Alonso/Getty Images

Colunista do UOL Esporte

03/05/2022 18h20

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O Villarreal, sétimo colocado na liga espanhola, escalou de início apenas três titulares na derrota fora de casa por 2 a 1 para o Alavés, no sábado (30/04): Pau Torres, Dani Parejo e Boulaye Dia. Foyth, Estupiñán, Capoue e Lo Celso entraram no segundo tempo.

O Liverpool, que luta ponto a ponto com o Manchester City pelo título da Premier League, começou a partida contra o Newcastle, também no sábado e como visitante, com Alisson, Van Dijk, Robertson, Keita, Diogo Jota e Mané. Meio time. E entraram ainda Fabinho, Thiago Alcântara e Salah na segunda etapa.

A concentração total do time espanhol na Liga dos Campeões, com entrega absoluta no duelo derradeiro precisando tirar uma desvantagem de dois gols, ajudou a construir 45 minutos de sonho em um estádio pulsante.

Empurrando para as cordas o Liverpool de Jürgen Klopp, que popularizou o "gegenpressing". Forçando e aproveitando os erros do time inglês. Fazendo dos laterais Alexander-Arnold e Robertson, normalmente as grandes armas ofensivas dos Reds, de "mapas da mina" atrás, com Capoue voando pela direita e Coquelin entrando em diagonal a partir da esquerda, se juntando à dupla Gerard Moreno e Dia.

No ritmo de Dani Parejo, comandando as inversões que castigaram um Liverpool irreconhecível, com Keita perdido no meio-campo e Diogo Jota e Mané deixando Robertson sozinho e vendido contra dois ou três adversários. Assim saíram os gols de Dia e Coquelin. O segundo poderia ter saído pouco antes, no pênalti que este colunista marcaria de Alisson sobre Lo Celso.

Mas os 2 a 0 deixavam a impressão de que o Villarreal, mesmo poupando energias no fim de semana, tinham chegado ao limite físico, tático e técnico para se impor com tamanha contundência sobre o oponente que havia amassado com enorme autoridade em casa. Mais que isso só um "milagre" que apenas o futebol é capaz de produzir.

O Liverpool, porém, tinha uma carta na manga, ou no banco. Que começou jogando no sábado e entrou na vaga de Jota para abrir o campo pela esquerda, com Mané centralizado.

O colombiano Luis Díaz mudou o jogo e o destino da semifinal. Ajudando sua equipe a recuperar volume, errando menos passes e dominando um adversário menos intenso.

O desequilíbrio começou a se concretizar na projeção de Fabinho pela direita, entrando no espaço vazio, recebendo de Salah e finalizando entre as pernas do goleiro Rulli.

Foi a senha para o estádio silenciar e ver os Reds passarem por cima, como quase sempre na temporada. Cruzamento de Arnold para Díaz, em posição legal, empatar e o atabalhoado Rulli facilitar com uma saída tresloucada o gol da virada de Mané, confirmando os 100% do time vermelho na Champions como visitante. Vencendo Porto, Milan, Atlético de Madri, Internazionale, Benfica e Villarreal.

Triunfo espetacular que consolida uma campanha de favorito, contra Real Madrid ou Manchester City na decisão em Paris. E segue vivo no sonho da "quádrupla coroa". Agora faltam duas finais e um tropeço do time de Guardiola na Premier League. Difícil, mas nada parece impossível para um Liverpool já histórico.

Com Luis Díaz, que tirou sua equipe do buraco e colocou em mais uma final de Champions. A décima na história e a terceira nos últimos cinco anos. Atrás da sétima "orelhuda".